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Channel: Livros e Opinião
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O Prisioneiro do Céu (3º volume da saga O Cemitério dos Livros Esquecidos)

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Já escrevi em posts anteriores que considero David Martín o personagem mais instigante da saga “O Cemitério dos Livros Esquecidos”; e após ter lido “O Prisioneiro do Céu”, esta opinião ganhou ainda mais força.
O atormentado escritor que vende barato o seu talento, além de fazer um estranho acordo com um ser misterioso onde concorda vender a sua alma em troca de saúde, sucesso e dinheiro, é o meu preferido dos três livros da saga – “A Sombra do Vento”, “O Jogo do Anjo” e “O Prisioneiro do Céu - que li até o momento. Creio que Carlos Ruiz Zafón estava inspirado quando decidiu compor esse personagem.
Se em “O Jogo do Anjo”, Martín provocava no leitor sentimentos ambíguos que vão do respeito ao desprezo , agora, em “O Prisioneiro do Céu”, aprendemos a admirá-lo, pois passamos a entender melhor a sua relação com Isabella Sempere, a mãe de Daniel, o protagonista da saga. Na realidade, Martín chegou a doar a sua própria vida para proteger toda a família Sempere – Isabelle e o seu marido Sr. Sempere, além de Daniel, filho do casal. Ficamos sabendo, por exemplo, que Martín no período em que esteve preso sob os olhares atentos do vilão Mauricio Valls - diretor do Castelo Montjuic, para onde, em 1938, durante a Guerra Civil, iam os presos de todas as classes sociais para serem executados ou então esquecidos em calabouços fétidos e impregnados de peste - concordou em atender as terríveis exigências de Valls com a promessa de que o seu algoz não iria criar um ardil para prender a família Sempere.
Grande parte da história de “O Prisioneiro do Céu” se passa atrás das paredes de Montjuic onde acontece um encontro emblemático entre David Martin e ninguém menos do que Fermín Romero de Torres, amigo inseparável de Daniel. C-a-r-a! Juro que não acreditei quando estas duas lendas da saga de Zafón se encontram. Mêo! Só mesmo quem está familiarizado com a saga para entender a dimensão desse encontro, dessa interação. Os diálogos entre os dois personagens são verdadeira pérolas: ora tensos, ora engraçados.
O relacionamento entre Fermin e Sebastian Salgado, outro preso de Montjuic também merece destaque. Apesar da situação de penúria em que vive Salgado, é de seu personagem que vem as ‘tiradas’ mais engraçadas. O sujeito engole qualquer tipo de sofrimento ou tortura para não revelar onde esconde a chave de um cofre que guarda uma fortuna incomensurável  em algum lugar secreto fora da prisão. Quando Fermin descobre onde Salgado guarda a chave. Dei altas risadas. Melhor, gargalhadas. Imagine só jeito de Fermin ao descobrir o precioso segredo. Impagável. 
“O Prisioneiro do Céu” amarra alguns pontos que haviam ficados soltos em “A Sombra do Vento” e “O Jogo do Anjo” – os restantes, acredito que serão ‘amarrados’ em “O Labirinto dos Espíritos”, livro que fecha a trilogia. O leitor fica conhecendo mais detalhes sobre a morte de Isabella; parte das raízes de Fermín e os motivos que o levou a se transformar num morador de rua. Entre outras revelações, também está o verdadeiro motivo daquele primeiro encontro entre Fermín e Daniel na Plaza Real, após o filho de Sempere ter sido expulso a pontapés da mansão de Dom Gustavo pelo amante de Clara Barceló. Todas essas linhas soltas são costuradas neste terceiro livro.
A história começa pouco antes do Natal, na Barcelona de 1957, um ano depois do casamento de Daniel Sempere e Bea. Eles agora tem um filho, Julián, e vivem com o pai de Daniel em um apartamento em cima da livraria Sempere e Filhos. Fermin ainda trabalha na Livraria Sempere e Filhos e está ocupado com os preparativos para seu casamento com Bernarda no ano-novo. No entanto, ele guarda um segredo que o vem deixando muito triste, o qual ele acaba revelando para Daniel no decorrer da história.
O enredo de “O Prisioneiro do Céu”, em grande parte, se resume à esse segredo de Fermín que ele vai desvendando aos poucos para Daniel, dando a oportunidade de seu amigo conhecer a história de sua mãe, Isabelle; do escritor David Martin, do vilão Maurício Valls e também do próprio Fermín.
O livro tem um final aberto e que certamente prosseguirá com “O Labirinto dos Espíritos.

Fui.

O Labirinto dos Espíritos (4º volume da saga O Cemitério dos Livros Esquecidos)

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Cara...  Tô emocionado. O final de “O Labirinto dos Espíritos” é definitivamente fodástico. Daqueles finais que encerram o ciclo de uma geração de personagens com chave de ouro. Personagens que estiveram presentes na vida de muitos leitores que durante anos fizeram da saga “O Cemitério dos Livros Esquecidos” os seus livros preferidos de cabeceira. Não cheguei a chorar, mas fiquei melancólico e muito triste ao saber que nunca mais iria poder desfrutar de novas aventuras envolvendo Daniel Sempere, Fermin e Bia.
Antes que alguém me acuse de estar implodindo o post com spoillers maquiavélicos, quero esclarecer que ao me referir a um encerramento de ciclo não quis dizer que esses três personagens fantásticos morreram. Nada disso. Um ciclo pode ser encerrado de várias maneiras, sem que a morte faça parte dele. Só mesmo lendo o livro para entender o que estou dizendo.
Mas  antes do leitor ficar emocionado com as páginas finais, Carlos Ruiz Zafón preparou muitas surpresas e reviravoltas neste ultimo volume da saga. Zafón  segue o seu famoso estilo de ‘ludibriar’ – no bom sentido – o leitor que pensa estar seguindo o caminho certo, então, de repente... o que ele acreditava ser óbvio, não é nada daquilo. Zafon é mestre nesse estilo de escrita. Cada segredo desvendado, a cada reviravolta, ganhava uma exclamação: “Putz! Mas como!!” Meo! Com isso, foram muitas derrubadas de queixo ao longo das quase 800 páginas.
Olha, juro que nunca vi um, escritor fazer tantas inversões de enredo e com tanta maestria quanto Zafón.
A trama principal de “O Labirinto dos Espíritos” trata do desaparecimento misterioso do ministro Maurício Valls, o vilão de “O Prisioneiro do Céu”, acusado de envenenar Isabella, a mãe de Daniel, além de submeter os prisioneiros do Castelo de Montjuic - onde era diretor, antes de se tornar ministro - a torturas terríveis, das quais muitos não conseguiam sobreviver.
Uma das personagens principais da história é Alícia Gris, uma alma nascida das sombras da guerra, que lhe tirou os pais e lhe deu em troca uma vida de dor crônica provocada pelo ferimento de uma explosão de bomba durante um bombardeio em Barcelona. Investigadora talentosa, é a ela que a polícia recorre quando Valls desaparece; um mistério que os meios oficiais falharam em solucionar.
Enquanto isso, Daniel Sempere não consegue escapar dos enigmas envolvendo a morte de sua mãe, Isabella. O desejo de vingança se torna uma sombra que o espreita dia e noite, enquanto mergulha em investigações inúteis sobre seu maior suspeito – o agora desaparecido ministro Valls.
Os fios dessa trama aos poucos unem os destinos de Daniel e Alicia, conduzindo-os de volta ao passado, às celas frias de Montjuic e através desses flashbacks, passamos a conhecer tudo o que aconteceu com David Martin enquanto esteve preso; a explicação para a sua fuga misteriosa da prisão; os últimos dias da vida de Isabella, com seus arrependimentos e confissões; além de uma intriga pérfida e asquerosa de Valls – enquanto diretor da prisão – que culminou com a execução de muitos prisioneiros com o objetivo de colocar em prática um plano terrível que é revelado bem antes do final do livro.
Enfim, a obra une todos os fios soltos dos livros anteriores, além de desenterrar os últimos segredos da família Sempere.
Se preparem para as reviravoltas na trama envolvendo os fatos relacionados a prisão de Maurício Valls, além da revelação de um segredo bombástico ligado a David Martin e a família Sempere.
Ah! Antes que me esqueça. Com certeza, os fãs da saga irão ganhar o dia com o retorno de um personagem muito, mas muito querido e andava sumido ultimamente. Quando percebi que ele voltaria. Uhauuuuu! Quase tive um treco. É emocionante vê-lo interagir com Julián Sempere, filho de Daniel e Bia.

No mais, boa leitura à todos!

Um blogueiro que trocou o prazer pela obrigação de ler livros

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Foi um colega internauta, participante ativo de grupos de discussões literárias nas redes sociais, que me inspirou escrever esse post que serve de alerta aos blogueiros que sonham fechar parcerias com várias editoras. Se você defende ferrenhamente o jargão: “quanto mais melhor”. Cuidado. Aliás, muito cuidado.
Percebi que na semana passada, enquanto “jogávamos conversa fora” pelo telefone, o Josué (nome fictício desse internauta - ele pediu para não revelar o seu nome verdadeiro e nem de seu blog), estava muito diferente. Estranho, mesmo.
Vejam bem, sempre em nossas conversas, o assunto preferido são os livros, mas nessa última vez, percebi que o Josué estava desanimado como se o ato de ler tivesse perdido toda a magia e se transformado em algo mecanizado. Ele estava frio, desinteressado, sei lá, muito diferente daquele ‘blogueiro-leitor’, um verdadeiro devorador de livros. Após alguma insistência da minha parte, ele decidiu abrir o jogo e revelar o motivo de tanto abatimento.
- Cara, consegui fechar mais uma parceria, editora de ponta - disse ele desanimadamente. – Agora, tenho seis no blog.
- Mêo! Que beleza! Meus parabéns! – Cumprimentei-o euforicamente.
- Ah Jam, se eu pudesse voltar no tempo... – Estas palavras que saíram da boca de Josué caíram como bombas em minha cabeça.
O impacto de sua resposta foi tão grande que cheguei a ficar mudo por alguns segundos do outro lado da linha. Caraca, o sujeito conseguiu despertar o interesse de grandes editoras, recebe livros de graça e ainda reclama?!

Após o susto, antes de meu desanimado colega explicar o motivo de tanta decepção,  a minha ficha caiu e eu ‘pesquei’ tudo.
O que aconteceu foi que o Josué trocou o prazer pela obrigação da leitura. Isto por causa da pressão de quatro das seis editoras com as quais tem parceria. - Jam, a coisa é braba! Algo massacrante, cara - disse-me ele.
As tais quatro editoras, de fato enviavam ótimos livros – alguns antes de chegarem nas livrarias - mas com o compromisso do blogueiro ler as obras num curto espaço de tempo e resenhá-las, caso contrário, perderia o direito de solicitar os lançamentos do mês seguinte. Cada editora enviava, em média, dois livros totalizando oito. Agora, eu lanço uma perguntinha básica: você consegue ler oito livros em dois meses? Pronto, ta explicada a ‘depressão literária’ do Josué.
Pois  é, com certeza, muitos blogueiros estão enfrentando esse mesmo problema que poderia ser minimizado ou até mesmo solucionado se houvesse um melhor planejamento antes de fechar algumas parcerias com editoras.
O conselho que dou é para a galera ter muito cuidado e ler com toda a atenção as regras da parceria antes de enviarem o formulário. Existem editoras conscientes e que não pressionam os seus parceiros a resenharem os livros enviados num curto espaço de tempo, pelo contrário, deixam que eles exerçam o livre arbítrio: ‘resenhe quando quiser, mas se não quiser, tudo bem, publique apenas o release do livro e estamos conversados’; por outro lado,  temos também os editores que exigem o impossível dos blogueiros, como se eles fossem máquinas e não seres humanos.
Não  vou ser hipócrita ao ponto de afirmar que abomino parcerias. É evidente que elas são salutares e contribuem para o crescimento dos blogs, mas desde que gerem um relacionamento sadio, onde prevaleça o respeito e a honestidade. Respeito por parte das editoras – não pressionando o blogueiro a elogiar os seus lançamento ou então a publicar resenhas em prazos apertados - e honestidade por parte dos blogueiros – não enaltecer um enredo que detestou, somente para não perder a parceria.
Encerro esse post com um pedido aos meus amigos blogueiros: jamais troquem o prazer pela obrigação de ler.
Melhor comprar um livro e lê-lo com todo o prazer do mundo, do que ganhá-lo e ser forçado a fazer uma leitura dinâmica – mecanizada – perdendo todo o tesão e a magia da leitura.


Jô Soares lança autobiografia desautorizada. Primeiro volume deve chegar nas livrarias ainda nesta semana

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E a febre das autobiografias de personalidades brasileiras continua.  Depois de “Hebe – A Biografia”, de Artur Xexéo que vendeu horrores em todo o País, além de receber críticas favoráveis da imprensa especializada, agora chegou a hora e a vez de Jô Soares. Isto mesmo, o velho e grande Jô – considerado um dos artistas mais respeitados em todo o Brasil – estará lançando a sua biografia, aliás uma autobiografia desautorizada. Epa, pêra aí? Que confusão é essa? Autobiografia desautorizada?! Ok, eu explico. O livro ganhou esse subtítulo porque o apresentador percebeu que estará contando também muitas histórias alheias. Capisce? É evidente que ao longo dos 79 anos de vida do Jô, muitas pessoas conhecidas cruzaram o seu caminho  durante os bons e também nos maus momentos. De acordo com o artista, não tem como ocultar alguns detalhes dessas pessoas.
Cara, confesso que estou curioso para ler esse livro, afinal de contas, Jô Soares se tornou ao longo dos anos um patrimônio histórico da televisão brasileira.
Apesar de ser uma autobiografia, o “O Livro de Jô – Uma Autobiografia Desautorizada” não foi escrita por ele, mas por uma outra pessoa e, diga-se, muito competente. Foi o jornalista Matinas Suzuki Jr. quem organizou toda a história de vida do humorista, ator, apresentador, escritor e etc e mais etc.
Jô Soares
Nos encontros que manteve com Matinas foram mais de 150 horas de gravação em encontros diários e longas conversas. Jô falou sobre tudo. Sobre ele e sobre os que passaram sobre a sua vida. E olha que deve ter muita história na vida do sujeito, já que a editora Companhia das Letras optou por dividir a obra em dois volumes.
O primeiro livro resgata fatos, lugares e pessoas marcantes da juventude de Jô e reconstitui seus primeiros passos no mundo dos espetáculos, nas décadas de 1950 e 1960. 
Matinas Suzuki
Entre a infância dourada no Copacabana Palace e a dura conquista do estrelato, acompanhamos o autor do nascimento aos trinta anos. Os antecedentes familiares, a meninice privilegiada nos palácios da elite carioca, a mudança para um internato na Suíça, os marcos da formação cultural do futuro showman na adolescência, a paixão pelo jazz, a estreia modesta em pontas no cinema e na televisão, o primeiro casamento e, finalmente, a conquista do sucesso em São Paulo.
O livro terá 480 páginas e deve ‘desembocar’ nas prateleiras das livrarias já nesta quarta-feira, dia 22 de novembro.
Boa leitura!  

Pesquisador lança livro sobre Bob Dylan. Obra estabelece uma ligação entre o músico e nomes renomados da filosofia

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E olha ‘nois aqui traveis’ com novas dicas literárias. Juro que estava em dúvida se escrevia a resenha de “Cujo”, livraço de Stephen King, relançado recentemente pela Suma de Letras, ou se publicava alguma dica de livro. Bem... como acabei de chegar do trabalho, hiper cansado e  com alguns problemas profissionais mal resolvidos, optei por escolher o caminho mais fácil: o da dica literária.
Vamos lá, sem muita enrolação, porque estou com a cabeça inchada e não vejo a hora de tomar um banho e depois uma breja gelada para tentar apagar algumas ‘frustrações profissionais’.
Então, na lata: Bob Dylan – o cara, o mito, a lenda – acabou de ganhar um livro e o lançamento aconteceu hoje. Iahuuuuu!! Verdade! Só mesmo quem é fã do cara para entender toda essa empolgação. Pois é, e eu sou.
A obra escrita pelo pesquisador Daniel Lins, professor do departamento de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), traz um conjunto de ensaios que estabelece uma ligação entre o músico e nomes renomados da filosofia, como Nietzsche e Foucault.
O autor imergiu na arte de Dylan por cinco anos, pesquisando vida, música e livros do cantor. Depois da conclusão do trabalho, Daniel afirma: “Bob Dylan é filósofo”. O lançamento da obra será na galeria Sem Título Arte, nesta sexta, 24, com discurso do autor e apresentação musical de André Henrique, doutorando em filosofia. Resumindo, “Bob Dylan – A Liberdade que Canta” estabelece uma ligação entre o músico e nomes renomados da filosofia.
A atitude de Bob Dylan foi uma das características que iniciou o interesse de Daniel pela história. “As pessoas perguntavam ‘de onde veio esse menino fanhoso, desajeitado e mal vestido?’, enquanto isso Bob estava questionando, criando problemas”, afirma. A liberdade aparece logo no título e é discutida em toda a obra, pois Lins acredita que as “rebeldias dylanianas” ajudaram o músico a se reinventar e a transformar pensamentos. Para Daniel, isso é “ser livre”. 
O autor ainda apresenta e desenvolve o amor de Dylan pela poesia, de Rimbaud à Baudelaire, passando por Whitman, pela música, pintura, pela literatura beat de Kerouac e Ginsberg e demostra como a personalidade artística de Dylan se constrói através dessas referências.
O livro foi lançado pela editora Ricochete, mas... Putz, sempre tem esse FDP de ‘mas’que azara a maioria das frases. E o tal ‘mas’,relacionado ao livro de Daniel, Lins diz respeito ao preço. Que pancada! Segurem-se para não capotarem da cadeira. A maioria das livrarias está vendendo “Bob Dylan – A Liberdade que Canta” por ‘meros’ R$ 78,00.
Complicou.


Leandro Narloch lança livro que desmistifica a escravidão. “Escravos: a vida e o cotidiano de 28 brasileiros esquecidos pela história” já está à venda

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Quando soube que o escritor e jornalista Leandro Narloch havia lançado mais um livro, sem pestanejar, sacrifiquei o meu horário de almoço para escrever esse post. Galera, o cara merece mais do que isto. Ele escreve demais. Cavuca demais. Desmascara demais. Quem leu os vários ‘Guias Politicamente Incorretos’ lançados por ele, sabe do que estou falando. Narloch abandona a praia segura dos historiadores e professores de História em geral para ir à fundo na busca de informações inéditas sobre determinados fatos relacionados ao nosso País.
Costumo comparar o seu trabalho ao lado submerso de um iceberg que não conseguimos ver. No momento em que arriscamos a abandonar a ponta da montanha de gelo para vermos o seu lado oculto, o susto é grande porque a outra ponta – a submersa - é quase vinte vezes maior. As revelações feitas pelo jornalista em seus livros são tão surpreendentes quanto esse lado camuflado de um iceberg.
Depois dos Guias Politicamente Incorretos da História do Brasil, da América Latina, do Mundo e da Economia Brasileira, eis que o ‘inquieto’ jornalista e escritor decidiu escarafunchar na história da escravidão brasileira que foi abolida oficialmente há quase 130 anos atrás.
O livro “Escravos: a vida e o cotidiano de 28 brasileiros esquecidos pela história”, novamente chega para estraçalhar determinados paradigmas relacionados a esse período que é considerado uma ferida na história do Brasil. Em sua obra, lançada há poucos dias, Narloch manda para os ares aquela versão marxista da escravidão que aprendemos nas escolas e que envolvia a luta entre opressor e oprimido. O autor mostra o período da escravidão no Brasil de uma maneira que a maioria de nós jamais viu.
Um dos exemplos simbólicos da complexidade do regime escravagista em nosso País, contidos em seu livro diz respeito a Joanna Batista, uma mulher livre de Belém que se vendeu como escrava. Segundo pesquisas realizadas por Narloch, ela se vendeu por 80 mil réis, sendo 40 mil réis em jóias e à vista e 40 mil à prazo. Ela teria se comprometido a passar um recibo de quitação de si própria quando o dono pagasse. Mas por que, Joanna havia decidido se vender como escrava? Uma resposta tradicional é que ela era tão pobre, estava tão miserável, que precisou de alguma casa. De algum lugar que pelo menos tivesse abrigo, roupa e comida para ela.
Mas de acordo com uma historiadora americana, citada pelo autor, chegou-se a uma outra conclusão: anos atrás, naquela época, era muito comum ter remoção de população. O governador falava: “Olha, essas pessoas estão aí, esses vagabundos, sem fazer nada. Então vamos levá-los para o trabalho forçado assalariado para alguma região de fronteira”. Esses deslocamentos eram muito comuns na história. Como todo mundo preferia morar na cidade do que na floresta, talvez a Joanna Batista tenha se vendido como escrava para preservar sua liberdade diante do estado.
Leandro Narloch
O autor explicita também que se os ‘patrões’ quisessem explorar ao máximo o trabalho de um escravo, valia a pena não incitá-lo à revolta. Esta atitude evitaria que ele fugisse e o seu dono  não gastasse muito dinheiro para capturá-lo depois. Por isso mesmo, pensando no próprio bolso, os senhores tentavam não pegar muito pesado com os escravos. "A gente tem que pensar "escravo" como uma propriedade. A gente tem um carro. Você vai arregaçar o seu carro, colocar uma gasolina ruim, quebrar o seu carro na parede? Claro que não. Justamente por pensar em si próprio, você vai tentar cuidar de seu carro. Mas as pessoas não são 100% racionais. Conheço muita gente, por exemplo, que trata o próprio carro da pior forma possível. E isso também era muito comum na escravidão. Então, nós temos aí dois cenários. O senhor que castiga muitos escravos, e os escravos que em vingança retaliam, onde se forma uma tragédia dos comuns: os dois lados saem perdendo. E o contrário também: o senhor era um pouco generoso e isso causava uma lealdade no escravo", explica o autor.
Tudo bem que Narloch não seja um historiador de formação, mas o livro está muito bem embasado em pesquisas sérias e na obra dos principais nomes de nossa historiografia moderna, como Katia de Queirós Mattoso, Sandra Lauderdale Graham, João José Reis, entre outros. 
Enfim, vale a pena ser lido para quebrar, pelo menos um pouco, a visão estereotipada do que teria sido a escravidão.
Inté!
Detalhes Técnicos
Título: Achados e Perdidos da História – Escravos
Subtítulo: A Vida e o Cotidiano de 28 Brasileiros Esquecidos pela História.
Autor: Leandro Narloch
Editora: Estação Brasil
Edição: 1
Ano: 2017-11-27
Especificação B rochura

Páginas: 208

10 livros que, querendo ou não, acabaram acertando previsões sobre o futuro

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Um dia desses, enquanto lia alguns livros antigos acabei exclamando: “E não é que ‘esse trem’ acabou acontecendo, de fato!!” Ocorre que a idéia impressa nas páginas da obra era tão utopista para a sua época que ninguém acreditava que pudesse se tornar realidade décadas depois. Pois é, prova de que o autor da tal idéia excêntrica estava certo e... os seus leitores, pelo menos a maioria, completamente errados.
Sei lá, acho que, de fato, alguns desses escritores eram visionários e escreveram as suas histórias baseadas em dados científicos, mas outros, simplesmente, atiraram no escuro e acabaram acertando.
Bem, deixando as divagações de lado, o livro que havia lido se chamava “O Guia do Mochileiro das Galáxias” escrito em 1980, onde o autor Douglas Adams já previa o ‘lance’ da tradução de voz em tempo real.
Após ler a obra, a minha mente engatilhou aquele clique surpresa, do tipo em que você larga tudo o que está fazendo, pára, dá um tapa na testa e diz: “Caraca! O fulano estava certo, mesmo!”
Gente! O Google Translate já está fazendo tradução em tempo real desde o final de 2014!
Taí galera, se existe um único culpado pelo surgimento desse post, esse culpado se chama Douglas Adams. Portanto, vamos para um top list de 10 livros, cujos autores querendo ou não, acabaram acertando previsões para o futuro.
01 – O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams)
É claro que não poderia deixar de começar essa lista com o livro que me deu o insight para o post. Quem diria heimmm... que Douglas Adams tivesse uma idéia inconcebível para a sua época, mas que se tornaria realidade 34 anos depois. Pena que o autor não viveu o suficiente para ver a sua idéia, considerada amalucada para os anos 80, ser inserida na rotina de vida normal de todo e qualquer internauta. Adams faleceu em 11 de maio de 2001.
Ah, pêra aí! Além do Google Translate, outra novidade inspirada no tradutor do Mochileiro conhecido por ‘Peixe Babel’ é o ‘The Pilot’, dispositivo da Waverly Labs considerado o primeiro aparelho auricular inteligente do mundo, que traduz línguas diferentes automaticamente. Basta você baixar os idiomas desejados utilizando o aplicativo que acompanha o aparelho.
É mole?!
02 – Vinte Mil Léguas Submarinas (Julio Verne)
Caramba! Este cara era visionário demais! O sujeito acertou na mosca as suas previsões que entraram para o rol dos “fatos palpáveis” dois séculos depois! Em 1869, ao escrever “Vinte Mil Léguas Submarinas”, Julio Verne imaginou um submarino que utilizava um combustível eficiente e praticamente inesgotável. Muitos estudiosos o consideraram um escritor excêntrico e utopista, cuja idéia serviria apenas para ser utilizada como enredo de um romance de ficção. Pimba! Esta corrente pensamento conservadora quebraria a cara 200 anos depois.  O conceito de Verne se concretizou em 1955, com o lançamento do primeiro submarino movido por propulsão nuclear. Ele recebeu o nome de Nautilus em homenagem ao veículo descrito pelo autor em seu livro.
03 – 2001: Uma Odisséia no Espaço (A Sentinela) (Arthur C. Clarke)
Em 1951, Arthur C. Clarke escreveu um conto chamado ‘A Sentinela’ que deu origem ao emblemático filme produzido em 1968, chamado ‘2001: Uma Odisséia no Espaço’, dirigido por Stanley Kubrick, sobre o supercomputador HAL 9000, que comanda uma espaçonave, adquire vontade própria e começa a eliminar os tripulantes. O filme prevê a criação de super-computadores inteligentes capazes de proezas inimagináveis – pelo menos naquela época -  como derrotar o homem no xadrez (coisa que aconteceu em 1997, quando um supercomputador da IBM bateu o campeão Gari Kasparov em um tira-teima).
O mesmo supercomputador inteligente da IBM conseguiu derrotar com extrema facilidade oponentes humanos em programas de TV americanos de  perguntas e respostas e agora, usa sua inteligência no diagnóstico do câncer e em análises financeiras.
Pois é, Clarke está corretíssimo; errado, estavam os descrentes da década de 50.
04 – Cyborg (Martin Caidin)
No livro, lançado em 1971, Martin Caidin conta a história de um astronauta de teste que sofre um acidente catastrófico e acaba tendo várias partes do corpo substituídas por membros biônicos de última geração. Após uma cirurgia experimental e revolucionária, o personagem acaba recebendo um olho, um braço e pernas biônicos, considerados na época uma grande fantasia.
Só que essa fantasia dos anos 70 se vestiu de realidade no ano de 2013 quando aconteceu o primeiro implante de perna biônica.
Há cerca de quatro anos, a Ossur - empresa islandesa líder mundial em sistemas não invasivos de ortopedia - também lançou no mercado, uma prótese que incorpora alimentação própria, sensores, atuadores e um computador que ronda um programa de inteligência artificial que permite que os pacientes caminhem naturalmente e em segurança.
Ao contrário das próteses tradicionais, onde o paciente deve se adaptar ao aparelho, a nova prótese Power Knee permite um andar totalmente natural, segundo depoimento do primeiro paciente a recebê-la.
Incrível, não acham? Talvez, até mesmo para Caidin, se estivesse vivo.
05 – Neuromancer (William Gibson)
Publicado em 1984 por William Gibson, “Neuromancer” é uma das três jóias do cyperpunk, juntamente com ‘Blade Runner’ e ‘Ghost in the Shell’.
Gibson mencionou em seu romance uma rede mundial de computadores que interligasse várias pessoas ao mesmo tempo. O autor teve essa idéia, sete anos antes dessa inovação tecnológica ser criada, inclusive a palavra ciberespaço foi usada pela primeira por Gibson em “Neuromancer”
No livro, um hacker após ter a sua habilidade de ingressar no ciberespaço perdida, consegue recuperá-la de maneira milagrosa com a ajuda de alguns amigos.
“Neuromancer” conquistou numa paulada só os três principais prêmios do gênero ficção científica: Hugo, Nebula, e Philip K. Dick.
06 – Da Terra à Lua (Julio Verne)
Galera, palavra. Quando comparo as nuances existentes entre o Projeto Apolo 11 (1969)  e o livro “Da Terra à Lua” (1865) enxergo Julio Verne quase como um profeta. Vejam só se tudo o que o autor escreveu não foi o mais puro profetismo; começando pela duração da jornada que levou Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins à lua que foi de 103 horas na realidade, uma diferente de apenas seis horas se comparada a obra de Verne que relata um período de 97 horas.
Quanto ao número de tripulantes (três), os locais de lançamento e pouso (Flórida e o Mar da Tranquilidade, na lua) e o regresso à Terra (com pouso no Pacífico e resgate por um navio) tudo coincide. Quer mais? A Apollo 11 media 3,7 metros de altura por 3,9 metros de diâmetro enquanto a cápsula de Verne, em forma de bala, media 4,8 metros de altura por 2,7 metros de diâmetro.
Acho que não precisa escrever mais nada.
07 – A Guerra dos Mundos (H.G. Wells)
No livro de 1898 sobre a invasão da Terra por marcianos, entre as armas descritas por H.G. Wells está um raio de calor poderoso o bastante para queimar seres vivos e incendiar edificações. Este recurso dos alienígenas já era uma antevisão dos raios laser, hoje usados para os mais diversos fins, desde científicos até militares.
As bases para a criação do raio laser só seriam lançadas 18 anos após o lançamento do livro de Wells. Em 1916, o físico Albert Einstein deu o ‘ponta pé’ inicial para a sua descoberta. No entanto essas bases ficaram esquecidas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi em 1953, trinta e sete anos depois, que cientistas conseguiram produzir o primeiro laser, ou melhor, um dispositivo bastante similar a um laser, pois ele não tinha a capacidade de omitir ondas de forma contínua. 
08 – 1984 (George Orwell)
Ahahaha!! Tudo bem que George Orwell não produziu nenhum programa “Big Brother” na Globo, mas por outro lado, previu a implantação de um sistema de vigilância permanente há décadas.
O livro de Orwel escrito em 1949 é ambientado em determinada província onde predomina uma guerra perpétua, além de vigilância governamental onipresente e manipulação pública e histórica. Trata-se de um romance distópico que acabou sendo responsável por conceitos como Big Brother, Novilíngua e Polícia do Pensamento.
O protagonista de ‘1984’ trabalha no Ministério da Verdade, que se encarrega de estabelecer o que é falso e o que é verdadeiro. Os fatos são definidos pelo Estado, não pelos cidadãos. O Ministério da Verdade se encarrega de estabelecer os fatos que devem ser corretos para as pessoas constantemente vigiadas pelo Grande Irmão. Uma das muitas instituições de Orwell no livro é a onipresença da televisão, que não serve apenas para ver, mas também para serem vistos. Já a novilíngua, que serve para simplificar a forma como os cidadãos se expressam e assim evitar sentimentos e pensamentos indesejados
O livro foca-se em tópicos como a censura, a propaganda, e o governo opressivo numa sociedade futurista. Orwell também previu a vigilância em massa.
09 – Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)
Escrita em 1953, a trama do  livro de Ray Bradbury se passa mais de quatro décadas à frente de seu tempo, ou seja, nos anos de 1990. Neste período, o autor imagina uma sociedade americana hedonista e contrária aos preceitos que defendem a intelectualidade. Ler livros nesta época é um crime. Por isso, todas as obras literárias passam a ser ‘caçadas’ e queimadas.
Nesse mundo, todo trabalhador sonha em comprar sua “televisão de parede”, uma sala com projeções 3D e um sistema de som multicanal. Dentro desse contexto, as pessoas testam os seus conhecimentos e tratam todos aqueles que aparecem nos programas de  TV como membros de sua família.
‘Fahrenheit 451’ previu a chegada dos televisores com telas planas assim como dispositivos semelhantes aos atuais headphones. Outras tecnologias como o laserdisc e sistemas de som multicanal, que iriam tornar possível os home theaters, só surgiram na década de 1980.
10 – O Presidente Negro (Monteiro Lobato)
Estava em dúvida se encerraria esse toplist com o livro de Aldous Huxley ou o de Monteiro Lobato. No final das contas, decidi por Barack Obama ao invés da engenharia genética. Além do mais, Lobato é aqui, da nossa terrinha.
‘O Choque das Raças’ ou ‘O Presidente Negro’, foi o único romance adulto escrito por Monteiro Lobato, e publicado em 1926 em folhetins no jornal carioca "A Manhã". 
O personagem principal da obra se chama Ayrton Lobo que através de um professor passa a ter contato com uma máquina do tempo. Através dela, o personagem conhece os detalhes da campanha presidencial dos Estados Unidos de 2228. Nela, um candidato negro derrota dois adversários, uma mulher e um branco conservador, e é eleito.
O livro aborda situação parecida com as eleições dos Estados Unidos em 2008, na qual Barack Obama venceu Hillary Clinton na disputa pela candidatura pelo partido democrata, e, posteriormente, derrubou o republicano John McCain nas urnas.
Santa Previsão! Viram só o que Lobato previu em 1926?! A eleição do primeiro presidente americano negro!
Taí galera! Por hoje é só!


Saga Crepúsculo (“Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”)

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Hoje, completam-se 10 anos que li o primeiro livro da ‘Saga Crepúsculo” da escritora americana Stephenie Meyer. Na época nem imaginava ter um blog literário, tanto é que o ‘Livros e Opiniões’ só surgiria, aproximadamente, quatro anos depois. Talvez  por isso, nunca fiz uma resenha de toda a saga que li e amei naquela época; à exemplo de muitos outros livros antigos que já havia devorado bem antes da chegada do blog e que só agora decidi resenhá-los. Sei lá, vai entender o que se passa em nossas cabeças.
Mas vamos ao que interessa: os livros de Mayer. Para ganhar tempo e espaço vou resenhar ‘numa tacada só’ todos os quatro livros que compõem a ‘Saga Crepúsculo’ – “Crepúsculo”, “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”.
Li todos eles e como já disse acima, amei. Ainda me lembro que na época, alguns amigos tiravam o sarro na minha cara, dizendo: - Não acredito! Você, tiozão, lendo um livro de menininha apaixonada – Pois é galera, tinha de aturar essas gozações, mas juro que não ficava chateado ou envergonhado, porque estava adorando a história. E quando a magia da leitura começa a te envolver, você esquece todo o resto.
Não sei se hoje teria pique e vontade para reler os quatro livros ou um deles que seja. Acho que comecei a ler a saga no momento certo, ou seja, bem antes do lançamento dos filmes que modificaram muito o enredo de Mayer - na minha opinião, para pior - e também da invasão de livros sobre vampiros apaixonados. Na realidade, não dá para explicar o desapego com a saga. O que posso dizer é que existem enredos – livros e filmes – que te envolvem totalmente num primeiro momento, o qual você vive intensamente e apaixonadamente, mas depois... a magia termina e você segue a sua vida normalmente sem vontade de revivê-los. ‘Crepúsculo’ teve esse efeito em mim.
Os quatro livros se resumem a uma história de amor. Terror mesmo, praticamente nada, servindo apenas de pano de fundo para o tema principal - meio que “Love Story moderno” - de Isabella Swan, uma garota de 17 anos e que nunca havia vivido grandes emoções em sua vida, e que acaba se apaixonando por Edward Cullen, um rapaz que esconde um terrível segredo. O cara é um vampiro, mas do ‘bem’.
Em “Crepúsculo”, primeiro volume da saga, somos apresentados a Isabella ou Bella que sai de Phoenix para ir morar com o seu pai no estado de Washington, numa pequena cidade chamada Forks.
Autora Stephenie Meyer
Neste livro conhecemos também Edward e o terrível segredo que envolve a sua família. Os dois se apaixonam e passam a viver um amor proibido, o que os faz se aproximarem ainda mais um do outro.
Não dá para negar que a história de amor de Edward e Bella é por demais envolvente e prende o leitor a cada página. Cara, é algo meio viciante, já que você  passa a torcer desesperadamente pelos dois. Sabem aquela palavrinha chamada “química”? Entonce, Mayer criou um casal com uma química perfeita. A garota bonita e inteligente que se apaixona pelo rapaz também bonito e inteligente, mas que carrega uma maldição: se alimentar de sangue para se manter sempre amável e controlado.
Em “Lua Nova”, o clima de romance proibido continua, mas com ênfase maior para outro personagem masculino: Jacob Black. Neste livro sai um vampiro e entra um lobisomem, já que Jacob pertence a segunda categoria de “seres sobrenaturais”. Edward aparece muito pouco na história já que no primeiro livro aconteceram eventos que o obrigaram... digamos, sumir de cena. Este fato inesperado  abre caminho para que Jacob - que já tinha uma queda por Bella - passe a lutar pelo amor da garota. Pronto! Esta formado o triangulo amoroso. Bella tenta se manter firme, mesmo sabendo que Edward pode não voltar nunca mais, mas as investidas de Jacob são bem estratégicas, então já viu, né?
Edward e Bella
No terceiro livro da saga, Edward reaparece, deixando Bella numa situação muito difícil: escolher seu amigo e lobo Jacob ou o seu namorado oficial para juntar os trapos e passar o resto de sua vida. Por isso, o lobo Jacob e o vampiro Edward passam a viver constantes discussões – quase chegando as vias de fato – por causa de Bella e também porque vampiros e lobos são inimigos mortais desde o início dos tempos. Este climão, somado a uma batalha épica no final, faz de “Eclipse” um dos livros mais tensos de toda a saga.
Além do triangulo amoroso: sanguessuga-humana-lobisomem, a obra ainda apresenta outro mote bem inquietante que é o surgimento de um exército de vampiros do ‘mal’ recém-criados que começa a matar várias pessoas em Seattle, uma cidade perto de Folks, colocando a segurança de Bella em perigo.
Com relação ao ultimo livro da saga, o ritmo é bem mais lento do que os três anteriores e não tem como fugir disso, já que “Amanhecer” é uma obra de definição. Como a autora foi deixando para trás muitas pontas soltas em “Crepúsculo”, “Lua Nova” e principalmente “Eclipse”, ela usou o livro seguinte para amarrar essas pontas. O ritmo lento é compensado com os momentos tensos das páginas finais e que culmina com um desfecho do tipo “felizes para sempre”.
Em “Amanhecer” Bella e Edward se casam e repentinamente descobrem que serão pais, já que Bella está grávida. Edward tem medo de que a criatura mate a sua mulher e não quer que o bebê nasça. Bella, no entanto, não abre mão de ter o filho.
Quando uma família, responsável em ditar as normas e leis no mundo dos vampiros exige que a criança seja sacrificada, pronto! É armado o estopim para a batalha final.
Há anos, gostei muito da saga de Mayer, mas hoje, os quatro livros já não me atraem tanto.

Inté!

Autor brasileiro revela em novo livro, os segredos da infância e adolescência de Sherlock Holmes

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Confesso que atualmente não sou um leitor de carteirinha dos livros de Sherlock Holmes. Por outro lado, posso afirmar que no passado – e na minha linguagem particular, esse passado que me refiro significa há mais de três décadas  atrás – fui um ‘carinha’ fissurado nessa lenda vitoriana. Mêo, tudo o que ‘pintava’ na minha reta eu traçava: livros, filmes, figurinhas, desenhos. C-a-r-a-c-a! Como eu curtia aquele o sujeito de  boina e cachimbo nos meus saudosos vinte e poucos anos.
Por isso, em 1985, quando foi lançado o filme “O Enigma da Pirâmide” fiquei muito feliz, pois teria a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a infância e  adolescência do meu grande ídolo. No final, a produção cinematográfica – muito boa, por sinal – explorou muito pouco essas duas fases da vida do personagem, se concentrando muito mais na solução do caso.
Sempre tive curiosidade em saber como Holmes adquiriu o seu famoso senso dedutivo, quem o treinou, quem foi o seu mentor, os seus amigos de infância, como Watson entrou em sua vida e etc e mais etc. Pra ser sincero, até hoje mantenho viva essas curiosidades.
Acho que agora, finalmente poderei ‘matá-las’ graças ao trabalho literário de um jovem autor gaucho chamado André Zanki Cordenonsi ou simplesmente A.Z. Cordenonsi. Ele acabou de lançar pela AVEC Editora o livro “Sherlock e os Aventureiros: O Mistério dos Planos Roubados” que promete revelar todos os segredos da infância do grande detetive inglês.
A inspiração para a obra foi o filme clássico de Steven Spielberg que também marcou a infância do autor. “A partir do lançamento do filme ‘O Enigma da Pirâmide’ passei a ser assombrado pelo grande detetive. Por algum motivo, meus colegas de aula acharam que eu era fisicamente parecido com o protagonista e o apelido ficou”, revela Cordenonsi com bastante nostalgia.
O autor também conta que a brincadeira na infância foi responsável pelo seu interesse na literatura investigativa de Sir. Arthur Conan Doyle, o criado do maior detetive do mundo.
“Dos contos e romances eu passei para o universo expandido, criado por inúmeros outros autores. Filmes, livros, pastiches, contos, jogos... Não importava. Se levasse o nome de Sherlock Holmes, eu dava um jeito de comprar”, conta o escritor.
Cordenonsi afirma ter se aproveitado da falta de informação sobre a infância de Sherlock para aprofundar seu universo fictício: “Pouco se sabe sobre onde Sherlock foi criado e por quem e como ele se transformou na máquina lógica mais perfeita da era vitoriana. Eu precisava criar um conflito para o jovem Sherlock, uma motivação que o levasse a dedicar seu cérebro à elucidação de crimes. Além disso, eram necessários mentores. Afinal, quem poderia ensinar a Holmes os princípios básicos da dedução? Seria ilógico imaginar que ele teria aprendido tudo sozinho”.
Segundo ele, assim nasceram Irene Lupin, filha de Arséne Lupin, outro personagem
Autor A.Z. Cordenonsi
famoso da época vitoriana, e Nikola Tesla, um sujeito real, que revolucionou a ciência e a engenharia. A primeira representando a paixão, o arroubo e a coragem, e o segundo personagem, encarnando a genialidade, a lógica e a matemática pelas quais o detetive virá a ser conhecido.
“Sherlock e os Aventureiros” é uma aventura infanto-juvenil com personagens que ainda precisam amadurecer. Segundo o autor gaúcho, na  idade em que os protagonistas estão, tudo é possível. “A juventude é contraditória por natureza, pois este é o processo natural de consolidação de suas posições. A minha intenção aqui era construir um trio de personagens divertidos, cativantes e muito humanos, respeitando a obra de Arthur Conan Doyle. Uma aventura divertida, para toda a família. Se cheguei lá, já posso me dar por satisfeito.”
Entre capangas homicidas, rinhas clandestinas e becos escuros, os três aventureiros vão explorar o submundo de uma Londres oculta e perigosa.
Taí, uma boa pedida para os fãs de Sherlock Holmes, que assim como eu, sempre quiseram conhecer os segredos da infância e adolescência do  emblemático detetive.
O livro já está à venda nas livrarias físicas e virtuais de todo o País.
Divirtam-se!


Cujo

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Stephen King disse em uma entrevista publicada à revista “The Paris Review” e que foi reproduzida como bônus no final de “Cujo” – edição capa dura  relançada pela Suma de Letras - que o livro que escreve deve ser uma agressão pessoal, como alguém pulando por cima da mesa e agarrando e intimidando o leitor. “Cujo” é assim. A história do cão da raça São Bernardo chamado Cujo – antes dócil e pacato, mas que ao ser mordido por um morcego infectado com raiva, adquire a doença e se transforma numa fera selvagem e assassina, transformando a vida dos moradores da pacata Castle Rock num verdadeiro inferno -  se encaixa perfeitamente nessa categoria.
O livro é tenso  ao limite do tenso – não querendo exagerar no pleonasmo. Se pudesse defini-lo, diria que se trata de uma história chapada. Daquelas que deixa o leitor ligado na tomada 220 volts durante toda a trama, grudado, nem percebendo que está virando as páginas do livro.
Os  ataques do São Bernardo enraivecido são capazes de ‘derrubar’ muitos leitores sensíveis a sangue e dilacerações. King faz questão de descrever em detalhes esses trechos. “A Fera tinha arrancada as suas entranhas... os intestinos escorriam pelos seus dedos”. “Ele olhou para baixo e viu o tubo grosso e cinzento do intestino de projetando para fora da camisa esfarrapada”.
C-a-r-a-c-a!!! Mil vezes Arghhhhhhhhhhhhhh!! Os ataques brutais da fera são fod... Arrepia, de fato. Mas o livro não fica restrito somente às cenas violentas. Tanto é, que o autor só vai focar na ação predatória de Cujo à partir da página 130 do romance. Antes, ele apresenta aos leitores os personagens envolvidos na trama e os seus dramas pessoais. Tem o casal que apesar de se amar muito, enfrenta uma crise séria no casamento, com direito a puladas de cerca, agressões verbais e arrependimentos; a mulher submissa ao marido violento e ignorante, mas que de repente decide tomar uma decisão drástica e inesperada em sua vida; o soldado condecorado na guerra que após várias decepções decide se entregar ao vicio do álcool; o garotinho que acredita existir um monstro no guarda roupa de seu quarto; e etc e etc.
Além dos personagens interessantes, as sub-tramas do enredo também prendem atenção dos leitores, como a luta dos dois publicitários para manter em sua agencia a conta de uma grande empresa após o fiasco envolvendo o lançamento de um produtos. Há ainda, a história de Frank Dodd, o xerife de Castle Rock, que foi assassinado. King, inclusive, insinua que Cujo talvez tenha sido possuído por Dodd. Por isso, antes do leitor chegar ao clímax da história tem ainda muitas surpresas pela frente.
Meu amigo, quanto ao desfecho da história, literalmente arrebenta. Prepare os seus nervos para o duelo final entre o cão raivoso e um dos personagens centrais.
Evitando os spoilers, só posso dizer que o “The End” foi bem realista e inesperado. Jamais passava pela minha cabeça que tal personagem fosse enfrentar a fera (acreditava que fosse outro, completamente diferente, aliás King conduzia o leitor para isso, mas então, vem a reviravolta), mas como estamos falando do ‘mestre do terror’, essas quebras de protocolo no roteiro acabam sendo consideradas ‘normais’.
Ah! Antes que me esqueça. O final do livro é completamente diferente do filme de 1983. Achei o desfecho da obra escrita bem mais chocante e realista. Até me deixou com uma baita ressaca literária durante alguns dias.

Só posso dizer: livraço!

10 clássicos antigos da literatura infantojuvenil que não podem faltar na estante de nenhuma criança ou adolescente de hoje

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Existem livros infantojuvenis que conseguem romper a barreira do tempo sem jamais perderem a atualidade ou serem taxados de ultrapassados pelas gerações contemporâneas. São obras que não podem faltar na estante de qualquer leitor, seja ele de qualquer época.
Conheço muitos autores de épocas distantes, até mesmo de outros séculos, que enganaram a barreira do tempo e conseguiram fazer com que as suas histórias encantassem gerações, passando de pais para filhos e de avôs para netos.
No post de hoje vamos homenagear esses livros que apesar de muito antigos não perderam a sua capacidade de encantar as crianças e os jovens de hoje. Sem querer menosprezar as obras infantojuvenis dos tempos atuais, entendo que poucas delas serão lembradas no futuro. A impressão que tenho é que já não se criam personagens tão carismáticos como D’Artagnan, Athos, Narizinho, Pedrinho, O Conde de Monte Cristo, Dona Lola e por aí afora. Prova disso é o aumento nos últimos anos de relançamentos de histórias infantojuvenis de décadas e até mesmo de séculos passados, com as  editoras caprichando no layout, dando uma nova capa para um velho enredo.
A minha geração não desfrutava da alta tecnologia de hoje,  da qual as crianças do novo milênio tem livre acesso. Internet era algo impensável no meu tempo,  não tendo nem mesmo o status de sonho. Por isso, a minha diversão e também da maioria das crianças daquela época, eram os livros, as brincadeiras de rua com os colegas, o futebolzinho, o carrinho de rolimã, mas principalmente os livros. Por isso, ganhamos o gosto pela leitura de maneira precoce. Acredito que essa precocidade em sentir prazer toda vez que víamos um livro infantojuvenil em nossa frente – obrigando os nossos pais á comprá-los - se deva a qualidade de seu enredo e principalmente ao alto nível de seus personagens, tão bem elaborados.
Nada contra “Jogos Vorazes”, “A Culpa é das Estrelas” ou então os livros da Kéfera, Kiera e Larissa, muito menos contra Harry Potter, mas sabe como é, né... clássico sempre será clássico e por isso, muito difícil de ser superado.
Neste post, gostaria de dividir  com esta nova geração de leitores, alguns desses clássicos da literatura infantil e juvenil– para ser exato, dez  deles - que me proporcionaram viagens inesquecíveis. Vamos lá.
01 – O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
"O Conde de Monte Cristo" escrito pelo autor francês, Alexandre Dumas, foi concluído em 1844, mas apesar de já ter passado 173 anos, ele prossegue encantando gerações e mais gerações de leitores, nunca perdendo o seu encanto. Resultado: continua sempre atual.
Reli o livro várias vezes. O enredo magnífico nos prende como uma teia de aranha. Gostei tanto, que acabei assistindo a adaptação cinematográfica de 1975 com Richard Chamberlain e Tony Curtis, muito melhor do que o filme com James Caviezel lançado em 2002 e que foge muito do enredo de Dumas. 
O autor Nara a saga do  marinheiro Edmond Dantes planeja se casar com a bela Mercedes, mas o seu rival Fernand, uma pessoa ardilosa e mesquinha, também apaixonado pela moça, prepara uma armadilha para o rapaz. Dantes acaba sendo acusado de um crime que não cometeu e assim, vai parar no calabouço de uma prisão inexpugnável. Ele fica preso por 13 anos, planejando a sua vingança durante esse tempo. Quando foge da prisão, o marinheiro vai atrás de todos que o traíram.
O romance constrói um suspense atrás do outro, numa seqüência de peripécias de tirar o fôlego — traições, denúncias anônimas, tesouros fabulosos, envenenamentos e vinganças. 
02 – Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)
Já vou engatar, logo na sequencia, mais um livro de Alexandre Dumas; outro clássico da literatura infantojuvenil: “Os TrêsMosqueteiros”.
Alexandre Dumas conseguiu escrever um livro para todas as idades e que apesar do tempo – foi escrito em 1844 – ainda continua sendo lido prazerosamente pelos jovens e adultos deste novo milênio. Este é um dos motivos que faz com que “Os Três Mosqueteiros” seja considerado um divisor de águas no gênero, com o poder de “enfeitiçar e seduzir” leitores há mais de 160 anos. Realmente, não dá para comparar “Os Três Mosqueteiros” com os best-sellers contemporâneos lançados há pouco tempo e que já caíram no esquecimento total. Livros que brilharam somente por alguns meses ou poucos mais.
Além disso, Dumas conseguiu uma verdadeira proeza na época: popularizar um romance histórico, transformando-o em capa e espada, mesclando personagens reais e imaginários.
O sucesso de “Os Três Mosqueteiros” foi tanto que deu origem a inúmeras peças de teatro, produções cinematográficas e televisivas.
No decorrer de mais de um século já transformaram a história do autor francês em comédia, drama, pastiche e por aí afora. Costumo dizer aos meus amigos que, por tudo isso,  “Os Três Mosqueteiros” se transformou numa obra globalizada, conhecida nos quatro cantos do mundo.
A história é conhecida por adultos, crianças, adolescentes e idosos, ou será que você não se recorda daquele jovem gascão, de 18 anos, destemido e aventureiro que um dia resolve deixar o seu velho pai para tentar realizar o sonho de se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei da França, os famosos mosqueteiros. Chegando a Paris, após algumas aventuras e confusões, esse jovem chamado D’Artagnan conhece três mosqueteiros apelidados de "os inseparáveis”: Athos, Porthos e Aramis. Juntos, os quatro enfrentam grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII e principalmente, da rainha, Ana d’Áustria.
O livro é uma verdadeira montanha russa de aventuras, romances e intrigas; bem ao estilo de Dumas.
03 – Éramos Seis (Maria José Dupré)
Li esse livro que fez parte da série “Vagalume” quando tinha 12 ou 13 anos. Apaixonei-me de cara por aquela bondosa mulher que fazia de tudo pelo seu marido e seus quatro filhos. Dona Lola foi uma das minhas heroínas de infância. Como diz o título desse romance de 1943, a batalhadora mulher foi perdendo aos poucos todos os membros de sua querida e amada família, até sobrar somente ela. Dona Lola, então, recorda a sua história numa casa de repouso, onde foi parar após a morte de seus entes queridos.
A personagem de “Éramos Seis” faz de tudo pela felicidade do marido, Júlio, e dos quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Maria Isabel. A vida de Dona Lola é narrada desde a infância das crianças, quando Júlio trabalha para pagar as prestações da casa onde moram, passando pela chegada dos filhos à fase adulta e de Dona Lola à velhice. Conforme os anos passam, vão se modificando as coisas na vida de Dona Lola: a morte de Júlio; o sumiço de Alfredo pelo mundo; a união de Isabel com Felício, um homem separado; a ascensão de Julinho, que se casa com uma moça de família rica. O título do livro da escritora nascida em Botucatu, Maria José Dupré, vem da situação de Dona Lola ao fim da vida, sozinha num asilo: eram seis agora só resta ela. Também são expostos no livro outras personagens, como os familiares de Lola: na cidade de Itapetininga, interior paulista, moram a mãe, Dona Maria; a tia Candoca; as irmãs Clotilde, solteira, e Olga, casada com Zeca, seu cunhado; na cidade, vive a rica tia Emília, irmã de seu pai; e a filha dela, Justina.
Cara, livraço que não pode faltar na estante de nenhum leitor jovem. Para ser sincero, não pode faltar na estante de nenhum leitor, independente de sua idade.
04 – O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
Mais um clássico da literatura infantojuvenil. Livro de cabeceira dos jovens de ontem, mas que não pode faltar na cabeceira dos jovens de hoje.
Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. Naquele lugar ermo, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida.
Com essa história mágica, sensível, comovente, às vezes triste, e só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há mais de 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal. Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança.
Para que vocês entendam a dimensão da importância desse livro, basta dizer que se trata da obra mais traduzida da história, depois do Alcorão e da Bíblia. É mole?! Quer mais? Ok. Em Portugal, “O Pequeno Príncipe”  integra o conjunto de obras sugeridas para leitura integral, na disciplina de Língua Portuguesa, no 2º Ciclo do Ensino Básico.
05 – O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)
Em 2018 esse Best-seller juvenil completa 50 anos de lançamento. José Mauro de Vasconcelos concluiu a sua história em 1967, mas o livro só foi lançado um ano depois, transformando-se numa verdadeira coqueluche entre os jovens daquela época. “O Meu Pé de Laranja Lima” ganhou adaptações em cinemas e TV. A primeira aconteceu em 1970, num filme dirigido por Aurélio Teixeira. Depois vieram três telenovelas: em 1970 (TV Tupi), em 1980 (TV Bandeirantes) e em 1998 (TV Bandeirantes, novamente).
Em 2003, “O Meu Pé de Laranja Lima” foi publicado na Coréia do Sul, em forma de quadrinhos, numa edição com 224 páginas ilustradas. Há cinco anos, ou seja, em 2012, uma nova versão cinematográfica dirigida por Marcos Bernstein, um dos roteiristas do premiado ‘Central do Brasil’, foi produzida e exibida durante o Festival Rio, recebendo muitos elogios da crítica especializada.
O livro retrata a história de um menino de cinco anos chamado Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e numerosa. Sua mãe trabalhava numa fábrica e o pai estava desempregado. Passavam por muitas dificuldades, com as irmãs mais velhas tomando conta dos mais novos e, por sua vez, Zezé tomando conta do seu irmãozinho mais novo, Luís.
06 – O Jardim Secreto (Frances Hodgson Burnett)
É impossível deixar de se apaixonar pelos personagens criados por Frances Hodgson Burnett que fazem parte de um enredo simples, mas ao mesmo tempo carregado de uma carga emocional enorme. Um enredo do qual podemos tirar muitas lições de vida.
Lendo “O Jardim Secreto”, cheguei a conclusão de que as histórias infanto-juvenis contemporâneas são por demais simplórias se comparadas com a obra de Frances Burnett e outras similares. Basta você confrontar livros como “O Jardim Secreto”, "A Princesinha", "Os Três Mosqueteiros", “O Pequeno Príncipe” e  “O Conde deMonte Cristo” com livros atuais do mesmo gênero, como: Wake, Fade, Sussurro, “Cidade dos Ossos”, “A Seleção” e etc. Os primeiros por serem clássicos são lidos por jovens e adultos com o mesmo prazer. Já os demais, atingem apenas determinada faixa etária.
Por esse motivo, tenho o hábito de dizer que os autores infanto-juvenis do passado estão fazendo muita falta no presente. Quem sabe, no futuro, surja algum escritor ou escritora com o poder de aglutinar leitores de todas as idades em torno de suas obras.
'O jardim Secreto 'conta a história de duas crianças solitárias que decidem restaurar um jardim proibido, cujo mistério remete a um acidente ocorrido anos atrás.
A amizade improvável entre os dois personagens funciona como uma metáfora para a descoberta do mundo e para o autoconhecimento. Escrito em 1911, o livro já inspirou diversas montagens no teatro e três filmes — entre eles, o longa americano homônimo de 1993, dirigido pela polonesa Agnieszka Holland, vencedor do prêmio Bafta. 
07 – As Crônicas de Nárnia (C.S. Lewis)
O livro de C.S. Lewis é bárbaro! “As Crônicas de Nárnia” tem o poder de levar o leitor para o interior de suas páginas. É como você entrar no âmago da história e também  fazer parte dela, vivendo as mesmas aventuras dos seus personagens. O escritor irlandês, Clive Staples Lewis ou simplesmente C.S. Lewis consegue criar esse clima com a magia de seu texto.
Com certeza, adultos e crianças viajaram com as peripécias de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia que certo dia foram parar no reino de Nárnia. Lá deixaram de ser crianças comuns para se tornarem reis e princesas de uma terra mágica. Quem não se encantou com o enigmático e justo leão Aslan; com o valente príncipe Caspian ou então torceu pela queda da maldosa feiticeira?
Todos os sete volumes de “As Crônicas de Nárnia” foram escritos entre 1949 e 1954, tendo sido publicados originalmente no Reino Unido pela editora Harper Collins entre 1950 e 1956.
Em 2009, a editora Martins Fontes lançou uma edição especial de 750 páginas, reunindo os sete volumes de “As Crônicas de Nárnia”.
08 – O Hobbit (J.R.R. Tolkien)
Como já escrevi ‘nesse post’, “O Hobbit” é o tipo de aventura que prende o leitor de uma tal maneira que o incapacita de dormir, se alimentar e trabalhar. Ao terminar de devorar a obra, ficamos com a chamada ‘síndrome pós-leitura’, querendo mais e mais daquela aventura que já terminou.
Não há jovem ou adulto que resista ao encanto do texto de J.R.R. Tolkien lançado originalmente em 1937.
O romance que se mantém popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantojuvenil.
A história do personagem Bibo Bolseiro fez tanto sucesso que a editora, na época, pediu a Tolkien uma sequência para a obra. Em resposta, Tolkien forneceu-lhe os rascunhos de  “O Silmarillion”, mas os editores os rejeitaram, acreditando que o público queria mais sobre hobbits. Tolkien, então, começou a trabalhar em “O Novo Hobbit” que viria a se tornar “O Senhor dos Anéis”.
Apesar de ser tão descritivo quanto a “Trilogia do Anel” (A Sociedade do AnelAs Duas Torres e O Retorno do Rei), “O Hobbit” não se torna cansativo em nenhum de seus capítulos.
Tolkien conta a saga dos hobbits - seres muito pequenos, menores do que os anões. Eles  são de boa paz e sua única ambição é uma boa terra lavrada. O livro tem como personagem central o hobbit Bilbo Bolseiro. Ele vive muito tranquilo até que o mago Gandalf e uma companhia de anões o levam numa expedição para resgatar um tesouro guardado por Smaug, um dragão enorme e perigoso.
09 – Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato)
Publicado pela primeira vez em 1931, o livro introduz o leitor no universo fantástico do Sitio do Picapau Amarelo, criado por Monteiro Lobato. Tornou-se um clássico da literatura, e até hoje serve de inspiração para muitos autores infantis, como Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Pedro Bandeira e muitos outros.
O livro é composto de várias pequenas histórias, previamente publicadas, compostas em capítulos. Algumas histórias são plenamente originais, enquanto outras são combinações utilizando histórias e personagens já conhecidos, como a visita dos personagens do Mundo das Maravilhas, incluindo as princesas Branca de Neve e Cinderela, além de Aladim.
Desde seu surgimento, "Reinações de Narizinho" vem fazendo parte da nossa cultura, sendo várias vezes adaptado para a televisão, teatro e rádio (nos anos 40, o livro serviu de base para um programa infantil de rádio).
 A obra é uma das mais importantes da nossa literatura, pois além de dar asas á imaginação dos pequenos leitores, estimula o gosto pela leitura e também faz-nos pensar. Porém, o que mais chama atenção em 'Reinações' é o estilo bem brasileiro e cultural.
Não consigo imaginar nenhuma criança ou adolescente de hoje dizendo  que nunca leu uma obra de Monteiro Lobato.
10 – As Aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain)
Escrito em 1876  pelo norte-americano Mark Twain, esse clássico acompanha as peripécias do personagem título e seus amigos, todos moradores de uma pequena cidade nas margens do Rio Mississippi, em pleno século 19. É um livro tipicamente infanto-juvenil, onde os mais jovens terão uma noção de como era ser criança antigamente.
Tom Sawyer é um jovem órfão que vive com seu irmãozinho Sid na casa de sua tia Polly. Preguiçoso de marca maior, ele se recusa a fazer qualquer esforço, salvo quando se trata de seduzir a bela Becky. Com seu companheiro Huck, Tom se entrega a todo tipo de bagunça; os dois vivem pregando peças e pintando o sete, até o dia em que testemunham um assassinato. Entonce...
Leitura viciante e que certamente fará a cabeça das crianças e adolescentes de hoje.
Taí galera infantojuvenil que acompanha o nosso blog. Leiam, sem receio, qualquer um desses dez  livros, ou melhor, leiam todos os dez. Com certeza irão aprovar!



Os livros que ganhei durante as visitas do Papai Noel em minha infância

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Aquele velhinho pançudo, de roupas vermelhas, cinto e botas pretas, esbanjando simpatia também fez parte da minha infância. Eu pensava que o Papai Noel cruzava os céus num trenó lotado de presentes e puxado por renas mágicas. Ah! E tem mais! Como na casa de meus pais não tinha lareira e muito menos chaminé, em minha cabeça de molecote, ele entrava pela porta da sala ou da cozinha. Por isso, era um Deus nos acuda! Culpa desse pirralho de outrora que ficava levantando várias vezes durante a madrugada para conferir se os meus pais haviam, de fato, deixado as portas abertas para que o emblemático idoso do Pólo Norte pudesse entrar.
Minha mãe, muito inteligente, dizia para que a ‘magia dos presentes’ funcionasse, as crianças não podiam de maneira alguma ver o bom velhinho, pois, caso esse ‘desastre’ acontecesse, Papai Noel ficaria tão triste, mas tão triste que iria embora e o encanto se romperia. Entonce, só essa mentirinha fazia com que eu ficasse na cama.
No dia seguinte, já bem cedinho, pulava do meu leito e ia correndo até a árvore de natal, armada no canto da sala, para ver o que o Noel tinha me deixado.
Meu pai, por sua vez, tinha o hábito de desenhar algumas pegadas no chão de casa para simular que o papai Noel tinha passado por ali – não me pergunte como ele conseguia fazer essa arte durante a madrugada sem que eu percebesse. Talvez o medo de que o velhinho de roupas vermelhas me visse e depois fosse embora triste ou zangado, fazia com que eu ficasse ‘preso’ em minha cama. Enquanto isso, o saudoso Tourão aproveitava para ‘esculpir’, bem rusticamente, as pegadas do Noel no piso da sala.
Hoje, resolvi escrever esse post para relembrar os presentes que ganhei naquela época e que me proporcionaram tanta alegria. Mas qual a relação desse post com literatura que é o tema principal abordado pelo blog. É simples galera. Os livros eram os presentes do Papai Noel que eu aguardava com tanta expectativa. E como acreditei nesse velhinho famoso até os meus 11ou 12 anos, certamente, tenho uma relação considerável de obras infantis para publicar nesse espaço. Resolvi fazer um top list com 5 livros que acreditei terem sido dados pelo bom e simpático Noel. Naquele tempo, mal sabia, que se não fosse a grana de meus pais, essas obras literárias jamais teriam sido deixadas aos pés da saudosa árvore de Natal. Mas valeu pela magia que eu vivi naquela época.
E vamos aos livros!
01 – Peter Pan (J.M.Barrie)
Cara, este marcou a minha infância. Apesar dos anos e décadas que ficaram para trás ainda me lembro dessa preciosidade. O tempo não conseguiu apagar a imagem do livro, capa dura e inteiramente ilustrado, com as aventuras de Peter Pan, Sininho, Wendy e toda a galera da Terra do Nunca.
Juntamente com o livro vinha um jogo de dados chamado – se não me engano – ‘Viagem à Terra do Nunca’ que tinha um tabuleiro enorme (ocupava quase toda a mesa da sala) que acabou se transformando na minha principal fonte de lazer no final das tardes. Eu e meu vizinho, Gabriel, grande de amigo de infância, passávamos horas e horas jogando os dadinhos e mergulhando de cabeça nas aventuras daquele tabuleiro mágico.
Quanto ao livro, devo ter lido rapidinho.
02 – O Saci (Monteiro Lobato)
No Natal dos meus seis ou sete anos que também poderia ter sido dos meus oito ou nove, sei lá, faz tanto tempo que não me lembro, ganhei dois livros numa tacada só: “O Saci” e “Pinóquio”. Vou escrever, primeiramente, sobre a obra de Monteiro Lobato.
Acredito que o famoso sacizinho foi idéia de minha mãe, pois ela sabia que eu adorava as histórias de Monteiro Lobato. E assim, decidiu me presentear com um de seus livros que eu ainda não tinha tido contato. Cara, devo ter adorado, dado piruetas, plantado bananeira, tudo isso e muito mais. Apesar dos anos, ainda me recordo vagamente do livro, ali, debaixo da árvore de Natal. Acho que tinha uma capa dura da cor amarela. Hoje, infelizmente não o tenho mais. Não sei onde foi parar. Putz, que pecado!
03 – As Aventuras de Pinóquio (Carlo Collodi)
Pois é galera, ‘presente duplo, alegria dupla’. Juntamente com o moleque de uma perna só e cachimbo, desembarcou também em minha árvore de Natal, o boneco de pau de nariz comprido.
A nossa mente é fantástica. Ela consegue guardar eventos que ocorreram há ‘anos-luz’ em nossas vidas. No meu caso, um desses eventos foi uma longínqua noite de véspera de Natal em que ganhei esses dois livros. Não sei por qual motivo, mas bati os olhos primeiramente em “As Aventuras de Pinóquio”. Após vários meses, volta e meia, lá estava eu relendo o livro ou então simplesmente vendo as suas gravuras.
Apesar de eu ter citado Carlo Collodi como o autor da história, não me recordo se o livro que ganhei dos meus pais foi escrito por ele ou adaptado por Walt Disney. A  versão mais conhecida foi realizada por Walt Disney, em 1940, e conta uma história muito diferente daquela escrita por Collodi. 
Independente desse detalhe, o que interessa é que eu amei o presente daquele distante Natal.
04 – O Trópico (Enciclopédia)
Esta enciclopédia de 10 volumes encerraria o ciclo de Papai Noel em minha vida. Foi o último presente que acreditei ter sido entregue pelo bom velhinho. Nesta época a magia da arvore de Natal, das pegadas do Noel  produzidas pelo meu pai, além de outras lendas já começavam a deixar de fazer parte da minha ideologia infantil. Certamente, ‘O Trópico’ foi o presente que concluiu esse... digamos, fim de ciclo.
Lembro-me ainda das palavras de minha mãe: - Como você passou de ano, Papai Noel disse que pode escolher um presente. – Imediatamente respondi -  aquela enciclopédia ilustrada do vendedor que passou em casa!
Lembro que uma semana antes, um vendedor de ‘porta em porta’ havia passado na casa de meus pais fazendo propaganda do “Trópico”.
As histórias sobre o anel dos nibelungos e a queda de Tróia, respectivamente mitologia nórdica e grega, foram as que mais marcaram a minha infância na época inesquecível do Trópico. 
A Enciclopédia O Trópico foi publicada no Brasil em 1957 pela Editora Martins S.A, tendo como diretor José Giuseppe Maltese e reunia 10 volumes abordando assuntos gerais. 
05 – Contos de Fadas (Charles Perrault)
A coletânea de contos escritos por Perrault e traduzidos por Monteiro Lobato foi outra obra que marcou a minha infancia. Foi outro livro que encontrei embrulhadinho na já icônica árvore de Natal que era armada todo final de ano na sala - perto da mesa onde ficava um vitrolão de vinil dos meus irmãos.
Os contos "A capinha vermelha", "As fadas", "Barba azul", "O gato de botas", "Pele de asno", "A gata borralheira", "Riquet topetudo", "A bela adormecida" e "O pequeno polegar" proporcionaram-me viagens inesquecíveis para o mundo mágico da leitura.
Minha mãe sempre admirou Monteiro Lobato, para ela o escritor de Taubaté era muito mais do que um autor, era um educador. Por isso, não fazia questão de gastar o seu minguado dinheirinho na compra de seus livros para presentear-me. Acredito que ao ver a edição de “Contos de Fadas” com o nome de Monteiro Lobaro mais destacado do que o do próprio autor, no caso Perrault, ela imediatamente comprou o livro pensando ser do escritor brasileiro.
Taí galera, espero que tenham gostado dessa viagem no tempo.
Inté!

São Lucas e a Virgem Maria: um encontro emocionante em “Médico de Homens e de Almas”

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O livro de Taylor Caldwell me encantou tanto, me emocionou tanto que acabei quebrando algumas regras do blog, entre as quais, resenhar o mesmo livro pela segunda vez. Já ‘falei’ sobre “Médico de Homens e de Almas” aqui, mas o capítulo em que a autora narra o encontro de São Lucas com a Virgem Maria, a Mãe de Cristo, é de arrepiar. Cara, o leitor embarca nessa narrativa e não quer voltar mais. Fantastic!
Se você sempre teve a curiosidade, assim como eu, de conhecer um pouco mais sobre a infância e a adolescência de Maria, além de detalhes sobre a juventude de Jesus Cristo - que não constam nas leituras bíblicas e em nenhum evangelho apócrifo - o texto perfeito de Caldwell é o caminho.
A autora britânica que faleceu em 1985, aos 84 anos,  demorou quatro décadas e meia para escrever o seu romance o que deixa evidente a sua minuciosidade com relação as pesquisas históricas envolvendo a vida de Lucas ou Lucano – como o evangelista era conhecido pelos gregos.
A autora fez questão de afirmar, há tempos, que apesar de sua obra ser tratada por

alguns como ficção, a maioria dos fatos envolvendo São Lucas, de fato aconteceram. Ela explica que não iria demorar 45 anos para escrever uma simples obra de ficção. Não faria sentido.
Portanto se levarmos em conta as colocações da autora, o encontro de Lucas com Maria realmente ocorreu e foi descrito no livro tendo por base documentos  e pergaminhos antigos descobertos por Caldwell.
Por não ter conhecido Jesus, vale lembrar que para escrever seu Evangelho, São Lucas teve que fazer uma pesquisa apurada, além de entrevistar aqueles que estiveram mais próximos ao Cristo: seus apóstolos e sua mãe Maria. Até mesmo alguns exegetas levantaram a hipótese de que foi ela mesma quem ditou o “Magnificat” ao evangelista.
Caldwell consegue, através de sua obra, fazer com que o leitor sinta a mesma emoção que São Lucas sentiu ao ver em carne e osso, pela primeira vez, ali na sua frente, a Mãe de Deus. 
Taylor Caldwell
O evangelista que havia percorrido continentes para ouvir o testemunho de Maria, quando a vê, fica sem palavras. O texto inebriante da autora tem o dom de transportar o leitor para aquele momento emocionante. É como você estivesse se encontrando com a Mãe de Deus. Uhauuu!! Caramba! Cara, fiquei com um nó na garganta, juro.
Quando Maria começa a revelar detalhes de sua vida e de Jesus Cristo, você pára de ler o livro e então, começa a devorá-lo. São muitas passagens:  a visita do arcanjo Gabriel que anunciou que a Virgem havia sido escolhida por Deus para conceber o seu filho Jesus; a viagem da jovem Maria até a casa de sua prima Isabel que apesar da idade avançada daria a luz a um menino, João Batista; a infância e adolescência de Jesus Cristo. Tudo isso é narrado em detalhes por Maria durante o encontro com o evangelista.
Reli “Médico de Homens e de Almas” três vezes, mas o capítulo referente ao encontro de São Lucas e Maria, bem...  reli... perdi as contas.
Marcante, ao máximo.

10 livros que irão parar nas telas dos cinemas em 2018

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Todo final de ano cresce a expectativa de leitores e cinéfilos com relação as adaptações cinematográficas, ou seja, os livros que estarão emprestando os seus enredos para as telonas. Prá ser sincero, estou temeroso com alguns roteiros. Explicando melhor: às vezes, o livro chega a ser tão bom, mas tão bom que é melhor deixá-lo ali, em seu canto, quietinho sem mexê-lo. É verdade! Mas então, chegam alguns roteiristas malucos e transformam aquela obra prima numa bagaceira.
Mas deixando esse ‘medo particular’ de lado, vamos conferir os livros que serão adaptados para os cinemas em 2018. Todos eles confirmadíssimos, salvo algum ‘desastre’ de ultima hora.
Anotem aí:
01 – A Garota na Teia de Aranha (David Lagercrantz)
Claire Foy (Lisbeth) e Sverrir Gudnason (Mikael)
O livro de David Lagercrantiz – que assumiu a saga Millennium após a morte de Stieg Larsson – vai de fato parar nas telonas. Segundo a Sony, “A Garota na Teia de Aranha”, quarto livro da estréia em 5 de outubro de 2018.
A novidade que deve deixar apreensivos os fãs de Millennium que adoraram o filme “O Homem que Não amava as Mulheres” – que abrangeu os três primeiros livros da série -  será a ausência dos atores Daniel Craig e Rooney Mara, que fizeram os papéis do jornalista Mikael Blomkvist e da hacker Lisbeth Salander. Eles serão substituídos respectivamente por Sverrir Gudnason e Claire Foy. O primeiro é um ator sueco de 39 anos que viveu recentemente o tenista Bjorn Borg no filme Borg/McEnroe, quanto a Foy vem recebendo muitos elogios como a rainha Elizabeth II na série televisiva da Netflix “The Crown”.
“Em A Garota na Teia de Aranha”, Lisbeth e Mikael precisam juntar forças para enfrentar uma nova e terrível ameaça.
Vamos aguardar para ver como se comportará nova dupla de Millennium escolhida pela Sony.
02 – Roleta Russa (Jason Matthews)
Jennifer Lawrence
Uma ex-bailarina russa que é forçada a tornar-se uma espiã e super agente, e acaba se descobrindo a melhor assassina da Rússia. Porém, quando desenvolve uma paixão proibida por um oficial da CIA que era seu principal alvo, o futuro e a vida dos dois acabam sendo colocados em risco. O enredo desenvolvido pelo escritor Jason Mattews em Roleta Russa é muito bom, tão bom que a toda poderosa Hollywood decidiu levá-lo para as telonas, mas com um nome diferente do livro. O filme que estréia no Brasil em 2 de março se chamará “Operação Red Sparrow”.
No papel da agente russa Dominika Egorova, teremos a beleza sedutora da atriz Jennifer Lawrence. Se vocês são fãs de carteirinha da trilogia “Jogos Vorazes” sabem de quem estou falando. Aliás, a dobradinha ‘A La Jogos Vorazes” tornará a se repetir, já que além de Lawrence como protagonista, teremos ainda Frances Lawrence na direção; a mesma que dirigiu “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final)
03 – Todo Dia (David Levithan)
Para aqueles que gostam de histórias de amor que fogem do “cardápio convencional”, “Todo Dia” é um prato cheio e muito saboroso. David Levithan idealizou um romance com toque de magia e surrealismo.  O autor narra a história sob o ponto de vista de Rhiannon. A jovem, presa em um relacionamento abusivo, conhece A (isso mesmo, simplesmente A), por quem se apaixona. Só que A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Quando decide embarcar nesse relacionamento, Rhiannon terá de enfrentar inúmeros desafios.
A será interpretado nos cinemas por vários atores diferentes, como Justice Smith (The Get Down), Lucas Jade Zumann (A Entidade 2) e Katie Douglas. Rhiannon será vivida por Angourie Rice de “Dois Caras Legais“.
O filme estréia dia 23 de fevereiro nos Estados Unidos e ainda não tem data definida para o Brasil.
04 - O Jogador Nº 1 (Ernest Cline)
O que vocês acham de um filme dirigido por Steven Spielberg?  Pois é galera, esta fera estará comandando o show na adaptação cinematográfica: “O Jogador Nº 1”.
O sucesso do livro de Ernest Cline lançado em 2011 foi instantâneo e conquistou um grande numero de leitores que se amarraram na história de um adolescente que em 2044 acaba ficando preso num universo virtual.
Neste futuro não muito distante, as pessoas abriram mão da vida real para viver em uma plataforma chamada Oasis. Neste mundo distópico, pistas são deixadas pelo criador do programa e quem achá-las herdará toda a sua fortuna.
Tudo indica que Spielberg leu o livro de Cline e se interessou pela trama e decidiu produzir e dirigir a sua adaptação.
“ O Jogador Nº 1” estréia nos cinemas do País no dia 5 de abril..
05 – Aniquilação (Jeff Vandermeer)
O diretor Alex Garland, responsável pelo filme “Ex-Machina: Instinto Artificial”, ganhador do Oscar de Melhor Roteiro, terá a partir de agora uma baita responsabilidade: conduzir a adaptação cinematográfica de “Aniquilação”, obra de ficção científica escrita por Jeff Vandermeer e que ganhou o prêmio Nebula Award de melhor romance de sci-fi em 2014. O livro é a primeira parte de uma trilogia.
No filme, uma bióloga (Natalie Portman) embarca numa expedição com outras quatro mulheres (uma Antropóloga, uma psicóloga e uma topógrafa) para um local chamado de ‘Área X’, que é totalmente isolado da civilização. Lá, elas precisam enfrentar numa misteriosa contaminação, o desaparecimento de colegas e um animal mortal chamado de Crawler.
A estréia acontece em 23 de fevereiro.
06 – Maze Runner – A Cura Mortal (James Dashner)
Maze Runner de James Dashner é uma das sagas mais rentáveis da literatura e também dos cinemas. Tanto livros quanto filmes venderam como água no deserto. E surprise; quem pensava que a crítica especializada iria cair de pau em cima de livros e filmes se enganou. Os críticos, pelo menos a maioria, derramaram elogios para os cinco livros (Correr ou Morrer, Prova de Fogo, A Cura Mortal, Ordem de Exterminio e O Código da Febre) e os dois filmes (Correr ou Morrer e Prova de Fogo). E com toda a certeza, tanto os críticos quanto os cinéfilos também irão aprovar o filme “A Cura Mortal” que encerra a trilogia nos cinemas.
O motivo de tanta certeza? Ok, eu digo. O livro foi hiper elogiado e ‘super-hiper’ vendido. Seguindo o mesmo exemplo, o trailer do terceiro filmes foi hiper e hiper também.
Em “Maze Runner – A Cura Mortal” que estréia nos cinemas em 25 de janeiro, Thomas (Dylan O' Brien) embarca em uma missão para encontrar a cura para uma doença mortal e descobre que os planos da C.R.U.E.L podem trazer consequências catastróficas para a humanidade. Agora, ele tem que decidir se vai se entregar para a C.R.U.E.L e confiar na promessa da organização de que esse será seu último experimento.
Para quem não está a par do “Universo Maze Runner”, C.R.U.E.L é uma organização formada com o objetivo de encontrar a cura para FULGOR. FULGOR??  Olha, antes que eu detone o post com spoillers tentando explicar esse outro termo, melhor seria você ler os livros e depois assistir aos filmes.
Pronto falei (rs)
07 – Uma Dobra no Tempo (Madeleine L’Engle)

Um elenco estelar para uma adaptação cinematográfica que promete. Pelo menos se seguir o mesmo rumo do livro de Madeleine L’Engled que faleceu em 2007. Até mesmo uma das personalidades mais influentes da TV americana, a apresentadora Oprah Winfrey, fará parte do time de atores. Querem mais alguns? Então, anotem: Chris Pine (o capitão Kirk da nova franquia Star Trek) e Reese Witherspoon (vencedora do Oscar em 2005 pela sua atuação no filme Johnny e June).
A autora lançou “Uma Dobra no Tempo” em 1962. O livro fez tanto sucesso que acabou ganhando, recentemente, uma edição comemorativa da editora Harper Collins.
O livro escrito por L'Engle conta a história da família Murry, cujo pai pesquisava a possibilidade de viajar no tempo quando desapareceu misteriosamente. Assim, Meg, seu amigo Calvin e seu irmão Charles precisarão viajar para outros pontos do tempo e do espaço para que Meg resgate seu pai. Na aventura, o trio enfrenta forças do mal, conhece novos seres e planetas e descobre o que é tesseracto - a tal dobra no tempo.
A produção dos estúdios Disney estréia nas terras tupiniquins logo no início de março.
08 – Mentes Sombrias (Alexandra Bracker)

“Mentes Sombrias” foi outro livro de sucesso que vem recebendo rasgados elogios desde o ano de seu lançamento, 2013. E pra variar trata-se de uma trilogia. Aliás, por que será que escrever ‘livros de três’ se tornou uma verdadeira febre entre a maioria dos autores?
O livro de Alexandra Bracker retrata um mundo em que a maioria das crianças e adolescentes dos EUA foram dizimadas por uma pandemia. Quando os poucos sobreviventes começam a desenvolver poderes, eles são todos aprisionados em um local provido pelo governo.  
O primeiro volume da trilogia  apresenta a protagonista Ruby, uma menina de 16 anos com poderes telecinéticos (mover objetos com a mente) que escapa de uma dessas prisões e entra para um grupo de adolescentes que fogem do governo.
Quanto ao filme, a novidade é que será rodado em live-action, tecnologia que  possibilita a interação entre atores reais e elementos criados por meio de animações. Dois trabalhos notáveis que utilizaram  essa técnica foram: “Uma Cilada para Roger Rabbit” (1988) e “Space Jam: O Jogo do Século” (1996).
A diretora escolhida é Jennifer Yuh Nelson, a mesma dos dois filmes Kung Fu Panda. “Mentes Sombrias” será o primeiro filme live-action que ela dirigirá. Vamos ver como a moça da Coréia do Sul se sairá nessa nova empreitada cinematográfica que tem estréia prevista para 14 de setembro de 2018.
09 – Cinquenta Tons de Liberdade (E L James)
A pergunta que todos os fãs da saga “Cinquenta Tons” faz  é a seguinte: - Será que o final do filme é o mesmo do livro de E L James? Só mesmo assistindo para saber. Talvez, tenhamos até um The End bem diferente dos parâmetros da obra literária.
“Cinquenta Tons de Liberdade”, produzido pela Universal Pictures, que estréia nos cinemas no dia 09 de fevereiro, retrata o casamento de Anastasia Steele (Dakota Johnson) com Christian Grey (Jamie Dornan). Mas como toda união matrimonial passa por testes de fidelidade, a do casal de “Cinquenta Tons” não será diferente. Pouco tempo após o casamento, Grey passa a ser o centro das atenções da abusada arquiteta Gia (Arielle Kebbel). Porém, esse não será o único problema do casal... Afinal Jack Hyde (Eric Johnson) – novo chefe de Anastasia e seu futuro pretendente – e Elena Lincoln (Kim Basinger) – uma das mulheres do passado de Grey –chegam para deixar a trama ainda mais apimentada.
10 – Cadê você, Bernadette (Maria Semple)
Cate Blanchett será a Bernadette do título
E finalizando a nossa lista, temos a adaptação do livro “Cadê você, Bernadette” da escritora americana Maria Semple. O best-seller conta a história de Bee, uma menina de 15 anos, que está à procura de sua mãe desaparecida, Bernadette.  Para encontrá-la, Bee compila e-mails, documentos oficiais e correspondências secretas, buscando entender quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem e o motivo de seu desaparecimento.
 Para viver a mãe de Bee foi escolhida uma atriz do primeiro time de Hollywood: a australiana Cate Blanchett que fez a vilã Hela em “Thor Ragnarok”. Fantástico, não acham?
O roteiro da adaptação cinematográfica está nas mãos de Scott Neustadter and Michael H. Weber, de “500 Dias com ela”. 
A previsão é que o filme aterrisse por aqui no mês de maio.
Bem galera, agora só resta aguardar a chegada das datas de lançamento desses 10 filmes. Enquanto isso fica a dica para que vocês leiam ou releiam as obras que serão adaptadas para depois compará-las com as produções cinematográficas.
Inté!

Rios Vermelhos: Nunca torci tanto pelo encontro de dois detetives tão diferentes.

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Aqui vai uma sugestão de leitura para todos que acompanham a fanpage do blog:  "Rios Vermelhos" do escritor francês Jean Christophe Grange. Um l-i-v-r-a-ç-o para você que curte literatura policial com grandes pitadas de thriller e suspense. Dois detetives com duas linhas de investigações diferentes  mas que no final acabam convergindo para o mesmo crime.
Dois  detetives inesquecíveis na pista de um assassino impiedoso que planeja crimes em série com requintes de crueldade em uma pequena cidade universitária do interior da França. Ficam as perguntas no ar: Apenas um crime com requintes de crueldade ou obra de uma seita satânica? Para rastrear as pistas deixadas pelo assassino. A dupla experientes de policiais: Niémans e Abdouf mergulham na investigação e são levados além do limite da imaginação humana.
Cara, como fiquei torcendo pelo encontro desses dois tiras. Eles são muito peculiares. Enquanto devorava o livro, queria saber se ao se encontrarem, iria sair sopapos ou abraços como cumprimento.
Pierre Niémans é um detetive  hiper conceituado e respeitado dentro da polícia francesa, mas acontece que o cara tem pavio curto. Resumindo: ele é inteligente ao extremo e com habilidades de dedução que não ficam devendo nada a Sherlock Holmes, mas... o sujeito é sangue quente e isso já fica evidente logo nas primeiras páginas de “Rios Vermelhos” quando ele literalmente arrebenta ou se preferirem, parte ao meio um criminoso o qual estava perseguindo. Entonce, ele é afastado de seu posto por conduta violenta e enviado para uma pequena cidade francesa, quase um vilarejo, para investigar a descoberta de um corpo mutilado, encontrado em uma fenda na rocha e de difícil acesso.
Do outro lado temos o policial árabe Karim Abdouf. Ok; vamos lá. O cara é tão sangue quente quanto Niémans (só para ter idéia, ele invadiu um reduto de skinheads homicidas, espancou o líder – uma massa de músculos, além de fazer toda a gangue inteira se ajoelhar!! – além de ser tão inteligente e com o mesmo poder de dedução do tira francês.
Imagine só, os dois seguindo suas linhas de investigações, mas não se encontrando, ou seja, aprontando das suas separadamente. Meu! É muita ansiedade! O leitor não suporta o momento dos dois se cruzarem para ver o que é que vai sair: abraços ou porradas.
Fiquei fã desses dois tiras.
Brevemente, tem resenha de “Rios Vermelhos” por aqui, mas friso: leiam, vale muito à pena.


10 séries de TV baseadas em livros e HQs que vão estrear em 2018

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Em um dos posts anteriores ‘falei’ sobre os livros que serão adaptados para o cinema em 2018. Seguindo essa mesma tendência, hoje quero postar novas obras literárias que também ganharão adaptações, mas para a televisão.
Vale lembrar que além da leitura de um bom livro, adoro assistir séries e minisséries de TV, o que me levou a fazer essa lista de 10 séries baseadas em livros e histórias em quadrinhos, que estarão ‘desembarcando’ na telinha ainda neste ano.
01 – The Alienist (TNT)
Baseada no livro O Alienista (Caleb Carr)
“O Alienista” do escritor americano Caleb Carr, lançado no Brasil pela Editora Record em 1995, pode ser considerado uma obra pioneira que revolucionou a história da criminalidade. O enredo abrange uma época em que questionar qualquer convicção arraigada na sociedade tinha conseqüências inesperadas e fatais.
A trama baseada no livro e produzida por Cary Fukunaga (responsável pela 1ª temporada de “True Detective) é ambientada na cidade de Nova York no ano de 1896 e aborda a caçada a um perigoso serial killer que levou pânico aos moradores de Nova York no final do século XIX. O que torna a trama ainda mais atraente é que os protagonistas não dispõem de aparatos modernos – por causa do período em que se desenvolve a história – que possam ajudá-los na análise dos crimes, passando a contar apenas com a sua inteligência e poder de dedução.
Os personagens centrais da história são o psicólogo criminal (também conhecido como alienista) Dr, Laszlo Kreizler e o jornalista John Moore que são convocados pelo comissário de polícia de Nova York para conduzirem a investigação em segredo.
Eles contam ainda com a ajuda de Sara Howard, uma jovem secretária do comissariado de polícia que está determinada a se tornar a primeira detetive de polícia da cidade de Nova York. 
No papel do alienista temos o ator alemão Daniel Bruhl que ficou conhecido em todo mundo graças ao filme de 2003 “Adeus Lenin!”. Nos anos seguintes, fez papéis de coadjuvantes em grandes produções como “O Ultimo Bourne”,  “Bastardos Inglórios” e “Capitão América: Guerra Civil”.
“The Alienist” tem estréia marcada no canal TNT para 22 de janeiro.
02 – Se Eu Fechar os Olhos Agora (Rede Globo)
Baseada no livro Se Eu Fechar os Olhos Agora (Edney Silvestre)
A Rede Globo começou em novembro do ano passado, as gravações da minissérie “Se Eu Fechar os Olhos Agora” que tem estréia confirmada para meados de 2018. A adaptação  terá poucos personagens, mas com um time de atores de primeira linha: Antônio Fagundes, Murilo Benício, Débora Falabella, Mariana Ximenes,  Betty Faria, Milton Gonçalves,  Marcos Breda, entre outros.
A minissérie de 10 capítulos, baseada no livro homônimo do jornalista carioca Edney Silvestre é um thriller ambientado em 1961. Na obra literária, dois meninos de 12 anos encontram o corpo de uma mulher, que foi morta e mutilada, às margens de um lago onde foram para matar aula.
Após a descoberta, eles não aceitam a explicação oficial do crime, segundo o qual o culpado seria o marido, o dentista da cidadezinha, motivado pelo crime. Os garotos começam então uma investigação por conta, ajudados por um velho que mora no asilo da cidade, um ex-preso político da ditadura Vargas.
Antônio Fagundes já está confirmado no elenco da minissérie
Toda esta situação acaba se transformando num terrível e dolorido caminho para o amadurecimento dos dois meninos de 12 anos para chegar a fase adulta.
O livro “Se eu fechar os olhos agora” venceu o Prêmio Jabuti, o mais importante do País, na categoria romance em 2010.
Eu só espero, alias torço desesperadamente, para que os diretores da minissérie não façam modificações profundas no enredo do livro, transformando a história numa desordem generalizada. O romance escrito por Silvestre é bom demais para ser mexido.
03 – Krypton (Syfy)
Baseada nas HQs da DC Comics criadas por Jerry Siegel e Joe Shuster
Baseada nos quadrinhos do mesmo nome de Jerry Siegel e Joe Shuster (criadores do Superman) esta série do canal Syfy possibilitará que os fãs do homem de aço possam conhecer a origem do famoso personagem da DC Comics.
O enredo adaptado pelos roteiristas da Syfy e que sofreu variações conforme a época de criação dos quadrinhos, se passa duas gerações antes da destruição do planeta natal do Superman. A história se centra em Seg-El, avô do famoso super, que será interpretado por Cameron Cuffe  (“Quem é essa mulher”), enquanto luta para redimir a honra de sua família e salvar seu mundo do caos.
Confira a sinopse oficial da série distribuída pelo canal Syfy : “Se passando duas gerações antes da destruição do planeta natal de Superman, Krypton acompanha Seg-El (Cameron Cuffe), o avô do lendário Homem de Aço – cuja Casa de El foi banida. Com a liderança de Krypton em desordem, Seg-El encontra o viajante do tempo Adam Strange (Shaun Sipos) que o avisa que ele deve lutar contra o tempo para salvar seu querido mundo do caos. Lutando para recuperar a honra de sua família e proteger aqueles que ama, Seg também enfrenta um conflito de vida e morte – salvar seu planeta natal ou deixá-lo ser destruído para restaurar o destino de seu futuro neto”.
A série que tem previsão de estréia para 21 de março mostrará Krypton 200 anos antes de sua destruição e do nascimento de Superman.
04 – A Guerra do Velho (Netflix)
Baseada no livro A Guerra do Velho (John Scalzi)
O livro da saga de ficção científica de John Scalzi é frequentemente comparado a um dos maiores clássicos de ficção cientifica de todos os tempos: ‘Tropas Estelares’ de  Robert Heinlein. O próprio Scalzi já confirmou que Heinlein é uma das suas maiores influências e que  “A Guerra do Velho” foi escrito seguindo os princípios que ele acredita serem próprios da escrita do autor que tanto admira.
Scalzi é um dos principais nomes da ficção científica contemporânea. Ganhador dos prêmios Hugo e Locus, o autor conquistou público, crítica e mercado. Em fevereiro de 2015, fechou um contrato com a editora Tor Books de cerca de $3,4 milhões, para publicar 13 livros nos próximos 10 anos. 
“A Guerra do Velho”, lançado em 2005, fez tanto sucesso que vai virar filme pela Netflix. Vejam bem, eu disse filme e não série ou minissérie.
O primeiro livro da saga de seis volumes – lembrando que a editora Aleph já lançou, aqui na terrinha, o tão aguardado 2º volume: “As Brigadas Fantasma” - mostra um mundo futurista onde os idosos podem optar por envelhecer e morrer na Terra ou então se alistar no exército interestelar, tendo suas consciências transportadas para versões mais novas e melhoradas dos seus corpos. A trama acompanha John Perry, um homem que torna-se militar aos 75 anos de idade e lidera um esquadrão na guerra contra alienígenas hostis.
O filme que será adaptado pela Netflix é parceria das produtoras Jon Shestack Productions (Fuga do Planeta Terra) e da Madhouse Entertainment (Os Suspeitos), e também contará com produção executiva de Scalzi.
Os comentários de bastidores são os de que o filme deve passar ainda este ano pela Netflix. Vamos aguardar.
05 – Objetos Cortantes (HBO)
Baseada no livro Objetos Cortantes (Gillian Flynn)
Amy Adams foi escolhida para o papel principal de Objetos Cortantes
Finalmente, o primeiro livro da autora Gillian Flynn “Objetos Cortantes” será adaptado para a TV no formato de uma série de oito episódios no total. A autora se tornou conhecida após a adaptação cinematográfica de seu livro “Garota Exemplar”. A HBO que comprou os direitos da obra para exibição ainda não tem um dia definido para a estréia, mas os produtores do canal confirmam que a série sai, de fato, neste ano de 2018. Prova disso são algumas imagens que já foram liberadas para as redes sociais.
Com reviravoltas surpreendentes, “Objetos Cortantes” narra o retorno da repórter Camille Preaker, recém-saída de um hospital psiquiátrico, à sua cidade natal para investigar o brutal assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra. Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã que praticamente não conhece.

Hospedada na casa da família, a jornalista precisa lidar com as memórias difíceis de sua infância e adolescência. E à medida que as investigações para elaborar sua matéria avançam, Camille passa a desvendar segredos perturbadores, tão macabros quanto os problemas que ela própria enfrenta. 
A série será protagonizada por Amy Adams (“A Chegada” e “Animais Noturnos”) e dirigida por Jean-Marc Vallée, responsável pelo filme indicado ao Oscar “Clube de Compras Dallas”.

06 – Fugitivos (Sony / Hulu)
Baseada na HQs da Marvel
Fugitivos, nova série de TV da Marvel, estreou nos Estados Unidos em 21 de novembro pelo serviço de streaming Hulu, mas no Brasil, os episódios só chegam em fevereiro pelo canal Sony.
Fugitivos foi adaptado para a televisão por Josh Schwartz e Stephanie Savage, criadores de Gossip Girl e acompanhará seis adolescentes muito diferentes entre si que são forçados a se unir quando descobrem que seus pais são parte de uma organização do mal.
Os Fugitivos são formados por: Chase Stein (Gregg Sulkin), Alex Wilder (Rhenzy Feliz), Nico Minory (Lyrica Okano), Karolina Dean (Virginia Gardner), Gert Yorkes (Ariela Barer) e Molly Hernandez (Allegra Acosta). Os quadrinhos de Brian K. Vaughan e Adrian Alphona foram originalmente publicados entre 2003 e 2004. 
“Fugitivos” (Runaways) recebeu críticas extremamente positivas. Até agora, o Rotten Tomatoes acumulou 10 análises da série, fazendo-a despontar com 100% de aprovação e uma média de 8.47%. 
07 - Manto e Adaga (Freeform)
Baseada nas HQs da Marvel
Caraca, quem são esses dois personagens? Certamente muitos fãs das histórias em quadrinhos mais chegados aos grandes super-heróis como Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha, Homem Aranha, X-Men e outros, desconhecem esses dois heróis urbanos. Mas fiquem sabendo que eles também fazem parte do timaço da Marvel.
Criados em 1982 por Bil Mantlo e Ed Hannigan, Manto e Adaga surgiram pela primeira vez na edição 64 de The Spectacular Spider-Man (publicado no Brasil pela Editora Abril como Homem-Aranha nº 54) e desde então, passaram a fazer parte do time de heróis coadjuvantes das histórias do aracnídeo.
Eles são uma dupla de adolescentes que fugiram de casa e acabaram capturados por uma quadrilha que estava a procura de cobaias para testar uma nova droga experimental. Após terem a misteriosa substância injetada em seus corpos, os dois ganham superpoderes mutantes. 
O livia Holt será Adaga e Aubrey Joseph, Manto
Manto é capaz de se teleportar, além de ter uma dimensão-de-bolso dentro de seu manto para onde manda os inimigos. Adaga, por sua vez, lança poderosas adagas psiônicas de luz. Curiosamente os dois percebem que os seus poderes funcionam melhor quando estão juntos.
Os jovens e desconhecidos atores Aubrey Joseph e Olivia Holt darão vida a Manto e Adaga, respectivamente. O primeiro episódio da saga será dirigido por Gina Prince-Bythewood (A Vida Secreta das Abelhas), enquanto Joe Pokaski (Heroes) será o showrunner. O orçamento da série deve ficar em torno dos US$ 42 milhões. 
A primeira temporada de Manto e Adaga que será exibida pelo canal Freeform terá 10 episódios e sua estréia já está confirmada para o início de 2018.
08 – Amiga Genial (HBO)
Baseada no primeiro livro da tetralogia escrita por Elena Ferrante
Elena Ferrante é uma escritora italiana que explodiu no mercado literário graças a sua “Série Napolitana”, uma tetralogia, cujo primeiro romance, “A Amiga Genial”, foi um sucesso absoluto desde que foi lançado em 2011 na Itália para logo depois cruzar as fronteiras de outros países, inclusive o Brasil.
Cara, o curioso nisso tudo é que ninguém sabe, na realidade, quem é Elena Ferrante! A própria autora italiana diz que se trata de um pseudônimo. Acredita?! Ela só concede entrevistas por email e intermediadas pelo seu editor italiano, Sandro Ferri, que é o único a conhecer a sua identidade.
Os jornalistas comunicam com Elena por intermédio de Ferri. A justificativa para tanto mistério e anonimato é que a autora quer que os livros se imponham sózinhos, sem a sua ‘proteção’.
Cidade de Nápoles onde será filmada a adaptação de Amiga Genial
Bem, mas vamos ao que interessa. “Amiga Genial”, primeiro livro da tetralogia napolitana – ‘Amiga Genial’, ‘História do Novo Sobrenome’, ‘A História de Quem Foge e de Quem Fica’ e ‘A História da Menina Perdida’ – vai virar série com a adaptação pela HBO em parceria com a emissora italiana RAI.
Os livros contam a história das amigas Elena e Lila, da infância na década de 50 em uma Nápoles pobre e tomada pela violência, até a vida adulta.
A primeira temporada que contará  a história do primeiro livro da série terá oito episódios de 50 minutos cada.
As filmagens que tem atores italianos desconhecidos do grande meio cinematográfico começaram no verão europeu, ou seja, 21 de junho. A primeira temporada está sendo filmada toda em Nápoles. A expectativa é de que a série estréia por aqui no segundo semestre de 2018.
09 – Raio Negro (CW)
Baseada nas HQs  da DC Comics
Criado por Tony Isabella e pelo artista Trevor Von Eeden em 1977, Raio Negro foi um dos primeiros heróis negros a aparecer nos quadrinhos da DC, estreando em sua própria HQ homônima. Seus poderes incluem manipulação e geração de eletricidade, criação de campos de força, além de ter a habilidade limitada de voar.
A série da emissora CW é estrelada por Cress Williams com Raio Negro e Christine Adams como sua ex-esposa. Williams é mais conhecido por seu papel como o assassino Wyatt no seriado Prision Break.
Cress Williams será o Raio Negro na série do canal CW
Com roteiro do casal Mara Brock Akil (The Game, Being Mary Jane) e Salim Akil, a série acompanhará Jefferson Pierce, que escolheu deixar seu uniforme de lado anos atrás. Porém, com uma filha que teima em fazer justiça, ele será levado de volta à vida de vigilante como Raio Negro.
Uma das novidades da série é que Trovão - a filha do herói – interpretada pela atriz Nafessa Williams será a primeira super-heroína lésbica negra da TV.
Em seu Instagram, a atriz revelou que, assim como nos quadrinhos, sua personagem será lésbica. “Estão prontos para a primeira super heroína lésbica negra?”, escreveu.
Raio Negro deve estrear, agora, no início de janeiro.
10 – Castle Rock (Hulu)
Baseada em contos e livros de Stephen King
A série é a nova adaptação baseada em obras e personagens de Stephen King  que se passam na cidade fictícia de Castle Rock. O programa chegará  à TV em 2018 através do  serviço de streaming Hulu.
De acordo com a sinopse oficial, Castle Rock é  "uma série de terror psicológico ambientada no multiverso de Stephen King, Castle Rock, combinando a extensão mitológica e uma narrativa intimista dos trabalhos mais adorados de King, levando a uma saga épica de luz e escuridão, situada em alguns metros quadrados na floresta de Maine. 
A cidade fictícia de Maine, Castle Rock aparece de forma proeminente na carreira literária de King: 'Cão Raivoso', 'A Metade Negra', 'It - A Coisa', 'Trocas Macabras', além do romance 'O Corpo', e numerosas histórias curtas como 'Rita Hayworth e Um Sonho de Liberdade' (As Quatro Estações) ou são ambientadas lá ou contêm referências a Castle Rock. 
A série é um suspense/thriller original — o primeiro do seu tipo que reimagina e explora temas e mundos que unem o cânone de King, enquanto perspassam algumas de suas histórias mais amadas".
O que me deixa animado é a união de Stephen King com JJ Abrams. Duas feras hiper-competentes que dão toda a credibilidade que a série merece.
Castle Rock terá 10 episódios na primeira temporada e estréia em 2018, mas sem uma data definida.
Taí galera. Agora só resta aguardar a chega dessas séries. E com muita expectativa!

Indo!

O Iluminado

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Talvez eu diga uma grande besteira; sem mais enrolação lá vai: - As pessoas que acharam o filme “O Iluminado” fantástico, com certeza, não leram o livro de Stephen King. Já aqueles que leram o livro, acharam o filme de Stanley Kubrick uma bomba. Pois é, eu me enquadrava no primeiro grupo até a semana passada, mas após ler a obra de King... caraca! Mudei, na hora, o meu modo de pensar.
Galera, Kubrick, apesar de toda a sua capacidade e genialidade, arrebentou com o enredo construído de forma brilhante por King. Não satisfeito, ainda modificou – para pior – as características dos personagens da obra literária.
Acredito que os fãs do saudoso cineasta americano estejam me excomungando, mas antes de criticarem a minha postura, leiam o livro e depois comparem as duas obras. As diferenças são gritantes. E não me venham com aquela velha conversa de que as vezes algo bom existente em um livro não ficaria legal num filme. Tudo na obra de King é legal, surpreendente, além dos personagens com características marcantes, principalmente o casal Jack e Wendy Torrance.
Enquanto a Wendy ‘recriada’ por Kubrick – vivida pela atriz Shelley Duval - só mostra o seu lado fraco e submisso; a personagem original – presente nas páginas – mesmo tendo as suas fraquezas e momentos de insegurança, na Hora H quando o ‘calo aperta’, ela se transforma numa leoa, capaz de enfrentar a socos e pontapés qualquer Jack Torrance possuído ou neurótico. E o calo de Wendy aperta toda vez que alguém maltrate o seu filho Danny, o iluminado do título.
Já o Jack Torrance criado por King é complexo e assustador. Ora boa gente, ora um velhaco; ora educado, ora descontrolado; amoroso com o filho de três anos, mas também capaz de agredi-lo e feri-lo fisicamente. King explica através de narrativas em flashback o motivo desse comportamento ambíguo de Torrance e assim, o leitor toma conhecimento da infância complicada do sujeito; culpa de sua família mais complicada ainda.  Ao final das contas, acabamos entendendo que os principais responsáveios pelo descontrole e  ‘recaídas de caráter’ de Torrance são os seus pais.
Enquanto temos um Jack Torrance complexo e instigante nas páginas, o personagem do filme é raso e em alguns momentos, monótono.
Outra mudança proposta por Kubrick em sua produção cinematográfica está relacionada ao Hotel Overlook. No livro, o hotel é um personagem que manipula todos aqueles que freqüentam as suas dependências – desde hóspedes a funcionários – e instiga Jack voltar a beber álcool e assassinar a esposa e o filho. Não vemos o hotel como hotel, mas como uma entidade do mal que manipula as pessoas. Resumindo, na obra escrita, o Overlook é o verdadeiro vilão da história. Na verdade, no final do livro, entendemos tudo isso, pois passamos a ver o Overlook como um ser maligno.
E quanto a Danny? Caraca! É Danny que enfrenta essa entidade do mal. O duelo ocorre nas últimas páginas. E que duelo! Fiquei com o coração na mão. Muito tenso. King criou um conflito de difícil solução para a criança. Como não quero estragar o texto com spoillers, paro por aqui.
O Danny original de King  é muito mais profundo, completamente diferente do Danny genérico do filme. Ao passo que o personagem idealizado pelo autor vai crescendo no decorrer da história, chegando ao ponto de lutar pela sua vida e também pela de sua mãe, o Danny modificado por Kubrick é apenas um garotinho que vê e sente fantasmas nos corredores do hotel.
No final desse post, vale um lembre muito importante. Se forem comprar  o livro optem pela edição capa dura da coleção “Biblioteca Stephen King” lançada pela Suma de Letras. Além do layout incrível, a obra traz ainda prólogo e epilogo inéditos, nunca encontrados em edições anteriores.
Por tudo isso e muito mais, ta explicado por Stephen King detestou tanto  filme de 1980.
Conselho?

Leiam o livro.

“A Forma da água”, novo livro de Guillermo del Toro, chega ao Brasil em fevereiro

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Guilhermo del Toro fez fama no cinema e mais recentemente na literatura em cima de monstros e seres míticos. Taí Hellboy, O Labirinto do Fauno, Mutação, O Circulo de Fogo e na literatura a saga Trilogia da Escuridão que não me deixam mentir. E para na fugir da rotina, eis que o cineasta e escritor mexicano acabou de lançar  uma cartada dupla onde o protagonista é... adivinhem quem? Um ser mítico. Para ser exato: um homem-anfíbio.
O tal homem-anfíbio chegará em dose dupla, ou seja, nas páginas e também no cinema. Eu explico melhor: Certo dia, del Toro teve a idéia de desenvolver um roteiro sobre uma mulher que se apaixona por um ser marinho, capturado pelo governo para experiências militares. Nascia assim o plot para uma história  que segundo o conhecido cineasta teria tudo para fazer sucesso.
A sua idéia inicial seria transformar o enredo num romance. Para isso, ele procurou o amigo Daniel Kraus com o qual já havia trabalhado previamente em “Caçadores de Trolls”. Enquanto trabalhavam juntos no desenvolvimento da história, os dois tiveram uma idéia estranha, mas ao mesmo tempo original: eles trabalhariam a história de maneira independente para o cinema e a literatura.
Então você me pergunta: “PQP! Vem aí mais uma novelização??!”.
Não. Podem ficar tranqüilos porque, segundo del Toro e Kraus, o projeto vai passar muito longe disso. Pelas notícias publicadas nas redes sociais, dá-se a entender que del Toro ficou mais envolvido com a parte cinematográfica, enquanto à Kraus coube cuidar da vertente literária. Ambos com ampla liberdade para criar em cima da essência do enredo.
Bem galera, nascia assim “A forma da água”: livro e filme. O romance será publicado no Brasil pela Intrínseca em 27 de fevereiro. O longa, que já ganhou o cobiçado Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Veneza e abriu o Festival de Cinema do Rio, será lançado pela Fox Searchlight Pictures no dia 1º de fevereiro de 2018 nos cinemas brasileiros.
O elenco do filme conta com Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Michael Stuhlbarg, Octavia Spencer e Doug Jonescomo o homem-peixe.
A história se passa durante a época da Guerra Fria, em Baltimore, em um centro de pesquisa aeroespacial que acaba de receber um bem precioso: um homem anfíbio capturado na Amazônia. O que se desenrola é uma angustiante história de amor entre o anfíbio e uma das zeladoras do laboratório, uma mulher muda que usa a linguagem de sinais para se comunicar com a criatura.
Vamos aguardar a chegada dessas duas datas para compararmos as duas obras; só então poderemos responder se “A Forma da água” é um romance que merece todos os elogios ou se não passa de mais uma malfadada novelização.
Esperemos.


A Profecia

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Existem novelizações e cópias de roteiros. Com relação às primeiras, com muuuiito sacrifício e uma tremenda força de vontade ainda conseguimos lê-las, mas quanto as segundas... My God! São o terror de qualquer leitor, incluindo os mais contumazes.
“A Profecia” de David Seltzer se enquadra na primeira categoria, quantos aos outros dois livros posteriores (“Damien - A Profecia II” e “A Profecia – Conflito Final”) se encaixam com honras e méritos na categoria de cópias de roteiros cinematográficos. Portanto, se você assistiu aos filmes, esqueça esses dois livros, pois com certeza não conseguirá lê-los. O motivo é simples: tudo o que você viu na tela foi copiado para as páginas, desde falas às situações vividas por personagens. Basta imaginar-se assitindo, novamente, o filme no livro.
Quanto “A Profecia”, o tempero muda um pouco, para melhor. Seltzer que também escreveu o roteiro do filme tomou alguma liberdade com relação ao livro. Com isso, os leitores ganharam cenas adicionais – que não estão no filme – enredo mais descritivo e personagens um pouco mais profundos. O escritor e roteirista, por exemplo, explorou melhor o passado dos personagens principais, além de modificar as suas características físicas e também algumas atitudes com relação aos atores do filme. Estas peculiaridades ficam evidentes na personagem Srª Baylock, a babá do pequeno Damien, que na realidade pertence a uma seita satânica responsável pela vinda do anticristo. A Baylock do livro é uma mulher enorme, gorda, alta, já idosa e feia, enquanto a personagem do filme – interpretada pela atriz britânica Billie Whitelaw com 44 anos na época e ainda no auge de sua beleza – é totalmente a antítese da babá do cinema, pelo menos no que se refere aos atributos físicos.  
A cena da briga entre o pai de Damien e a babá que culmina com uma tragédia é mais violenta e melhor detalhada no livro do que no cinema.
O fotógrafo Jennings também é explorado em detalhes na obra escrita, enquanto no filme ficamos sabendo pouca coisa sobre a sua personalidade.
Mas apesar de Seltzer ter dado a devida atenção no momento de ‘enquadrar’ o roteiro do filme nas páginas de seu livro, a obra não deixa de ser uma novelização e com muitas semelhanças com o filme dirigido por Richard Donner em 1976 e que tinha Gregory Peck e Lee Remick nos papéis principais.
Por isso, se você viu o filme há apouco tempo e ainda se recorda da maioria das cenas, acredito que será uma baita perda de tempo ler a obra de Seltzer porque a  maioria do que você viu na tela do cinema também estará impresso nas páginas numa cópia; perfeita, mas que nem por isso, deixa de ser uma cópia.

Inté!

Rios Vermelhos

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Um livro fantástico. Não há a necessidade de ficar derramando uma infinidade de elogios, apenas essas três palavras já bastam. “Rios Vermelhos” do  escritor francês Jean-Christophe Grange tem todos os elementos necessários que um livro policial precisa para se tornar um grande sucesso, um verdadeiro bestseller.
Além de um serial killer inteligente, violento e ao mesmo tempo enigmático, o enredo da história é cheio de reviravoltas que provocam inúmeras surpresas no leitor. Antes de escrever essa resenha, disse à um amigo para o qual havia recomendado a obra que Grange ‘brinca’, no bom sentido, com o leitor, ou seja, no momento que você pensa que a narrativa flui para algo natural, pimba! A reviravolta na trama chega de maneira inesperada.
Como tempero extra para um enredo cheio de mistérios, reviravoltas e surpresas, temos uma dupla de detetives impagável: um francês e outro árabe. Pierre Niémans e  Karim Abdouf são tão carismáticos, tão peculiares que até ganharam um post exclusivo no blog (ver aqui). Eles  adotam duas linhas de investigações diferentes mas que no final acabam convergindo para o mesmo crime. No início, os dois policiais não sabem da existência um do outro, mas no meio do romance quando ambos se encontram... sai de baixo.
De um lado, temos Niémans, um detetive  muito bem conceituado dentro da polícia francesa, mas acontece que o cara tem o pavio curto. Resumindo: ele é inteligente ao extremo e com habilidades de dedução que não ficam devendo nada a Sherlock Holmes, mas... o sujeito é sangue quente, gosta de quebrar os outros na porrada.
Do outro, temos o policial árabe Abdouf que é tão sangue quente quanto Niémans, além de ter um QI acima da média e com o mesmo poder de dedução do tira francês.
Por causa dessas peculiaridades nunca torci tanto pelo encontro de dois tiras como em “Rios Vermelhos”.
O livro de Grange pode ser considerado um dos melhores romances policiais de todos os tempos. Na trama, um serial killer mata um homem e deixa o seu corpo nu e todo mutilado encravado na pedra de uma montanha numa cidadezinha universitária francesa. Os indícios são os de que o assassino mutila as suas vitimas ainda vivas, extraindo os seus olhos e cortando os seus membros para só depois matá-las. Apenas crimes com requintes de crueldade ou obra de uma seita satânica?
Durante a investigação Niemans e Abdouf acabam descobrindo que os assassinatos estão relacionados diretamente à um plano sórdido envolvendo alguns moradores da pequena cidade. Meu! É surpresa atrás de surpresa! Haja coração.
A caçada alucinante ao assassino termina com a revelação de sua identidade no final do livro. E para variar, o autor reserva outra surpresa para os leitores.
A obra literária de Grangé também rendeu um filme no ano 2000 com Jean Reno e Vincent Cassel que apesar de muito bom, não chega aos pés do livro.

Leiam “Rios Vermelhos”. Vocês não irão se arrepender. 
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